Parasita manipula mente do hospedeiro usando genes roubados
Pesquisadores descobriram que o controle está relacionado à transferência horizontal de genes.
Histórias sobre controle de mente são abordadas em diversos filmes de ficção científica. Embora isso pareça algo apenas dos cinemas, essa habilidade já é estudada em animais reais e uma atualização desse tema surpreendeu a todos recentemente. Saiba detalhes da nova descoberta sobre o controle mental de parasitas.
O verme controlador de genes
O mundo dos pequenos seres vivos é um dos objetos de estudo de interesse da ciência. Um fato interessante sobre ele foi descoberto recentemente, envolvendo os parasitas presentes na crina de cavalos.
Quando entram em contato com outros animais de pequeno porte, eles conseguem controlá-los, direcionando-os para locais com águas profundas, o que resulta em seu afogamento.
O mecanismo de controle ainda era um enigma para os estudiosos até então. No entanto, novas atualizações foram compartilhadas na revista Current Biology sobre o Chordodes formosanus, cientificamente conhecido. Esse é capaz de criar uma atração visual em seu hospedeiro por meio do reflexo de luz na água.
Os principais hospedeiros desses vermes são louva-a-deus e grilos, que vivem próximos a regiões aquáticas onde os ovos são depositados. Após o contato, os vermes se desenvolvem no corpo desses animais até começarem a demonstrar controle sobre as células.
Foto: Canva Pro
O processo de investigação foi realizado em todas as etapas de desenvolvimento do verme, desde os ovos até a morte dos hospedeiros.
Os cientistas concluíram que o Chordodes utilizava os genes de seus hospedeiros para criar suas próprias proteínas, ou seja, ocorria uma transferência horizontal de genes.
Esse é um processo comum entre parentes e, além disso, raramente observado no mundo das bactérias. Essa descoberta amplia ainda mais as possibilidades, pois comprova o comportamento entre os parasitas.
Esse fato explica a resistência de alguns organismos a tratamentos antibióticos, visto que eles se adaptam rapidamente, aumentando a sua resistência. Os responsáveis pela pesquisa pontuaram que um dos principais objetivos é entender, de maneira mais ampla, como se dá o processo evolutivo.