Governo Artur Bernardes

Artur Bernardes foi o 12º presidente do Brasil, entre 1922 e 1926, com um governo marcado por conflitos políticos e revoltas.

O Governo Artur Bernardes foi o 12º governo presidencial após a Proclamação da República. Entre 1922 e 1926, Artur Bernardes governou o Brasil, em um mandato marcado pela repressão de revoltas e conflitos políticos

Biografia de Artur Bernardes

Artur da Silva Bernardes nasceu no dia 8 de agosto de 1875, em Viçosa, no interior de Minas Gerais. Ele se formou em Direito na Faculdade de Direito de São Paulo aos 25 anos de idade.

Em seguida, ele iniciou sua carreira política como vereador de Viçosa. Artur Bernardes também atuou como deputado federal por dois mandatos e como Secretário de Finanças de Minas Gerais. Além disso, ele foi presidente do estado de Minas Gerais.

Como era casado com Célia Vaz de Mello, filha de um deputado e senador, ele contou com a ajuda do sogro para se candidatar à presidência da República. Assim, Artur Bernardes venceu as eleições de 1922 contra o ex-presidente Nilo Peçanha, tornando-se o 12º presidente do Brasil.

Sua vitória nas eleições foi uma das causas da Revolta dos 18 do Forte, ou Revolta do Forte de Copacabana, a primeira rebelião do movimento tenentista que levou a Revolução de 1930.

Após a presidência, ele foi eleito senador e deputado federal, porém perdeu o mandato devido ao golpe do Estado Novo. Com o restabelecimento da democracia, Artur Bernardes foi eleito deputado federal para mais dois mandatos, cargo que exerceu até sua morte, em 23 de março de 1955, aos 79 anos de idade.

Características do Governo Artur Bernardes

O governo de Artur Bernardes foi caracterizado pela instabilidade política e econômica, além de um crescimento das revoltas armadas.

Artur Bernardes foi mais um presidente eleito pela política do café com leite, acordo firmado entre os produtores de café de São Paulo e Minas Gerais. No entanto, sua eleição não foi apoiada por outras oligarquias regionais, o que afastou esses grupos, que se tornaram oposição ao Governo Federal.

Outro setor da sociedade insatisfeito com o governo de Artur Bernardes era o Exército. Em 1922, ainda no Governo Epitácio Pessoa, eclodiu a Revolta do Forte de Copacabana, a primeira revolta tenentista, comandada por oficiais do Exército.

Dois anos depois, aconteceu a Revolta Paulista de 1924, em São Paulo, em que diversas unidades militares se rebelaram. Os tenentes pediam a renúncia do presidente, um novo governo provisório, a eleição de uma Assembleia Constituinte e a adoção do voto secreto. Como foi uma rebelião violenta, Artur Bernardes organizou tropas militares aliadas ao governo para reprimir a revolta.

Por causa dessas tropas, os revoltosos voltaram para o interior do país, onde encontraram um grupo de militares rebeldes liderados pelo capitão Luís Carlos Prestes. Com a fusão desses dois grupos, surgiu o movimento chamado Coluna Prestes, em que aproximadamente 1.500 homens armados percorreram 25 mil quilômetros entre 1925 e 1927.

Esse grupo passou por vários territórios brasileiros, incentivando a população a se revoltar contra as oligarquias regionais. Em seus dois anos e meio de duração, esse movimento foi reprimido pelo governo e pelos coronéis locais. Por fim, a Coluna Prestes se desfez em 1927 e seus líderes se refugiaram na Bolívia.

O governo de Artur Bernardes também foi marcado pela Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul. Esse movimento armado se manifestava contra o quinto mandato de Borges de Medeiros como governador do estado. A revolta foi contida pelo Governo Federal, mas causou alterações na Constituição e abriu o caminho para os políticos que fariam a Revolução de 1930.

Todos esses conflitos fizeram com que Artur Bernardes decretasse o estado de sítio por várias vezes. Essa medida é considerada extrema, já que consiste na suspensão dos poderes Legislativo e Judiciário, servindo para agilizar ação governamentais. No entanto, no governo de Artur Bernardes, essa ação foi feita para reprimir os conflitos usando a força, inclusive as greves do movimento operário.

Fim do Governo Artur Bernardes

Mesmo com todos esses conflitos internos, Artur Bernardes só deixou o governo ao final do seu mandato, em 15 de novembro de 1926. O seu sucessor foi Washington Luís, eleito também pela política do café com leite, mas que foi deposto pela Revolução de 1930.

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