Apenas 1% dos brasileiros é fluente em inglês: por que isso acontece?

Entenda por que a fluência em inglês no Brasil é um desafio e como isso afeta o mercado de trabalho e a educação.

A fluência em inglês no Brasil continua sendo um obstáculo. De acordo com um estudo de 2023 conduzido pelo British Council, apenas 5% da população brasileira consegue se comunicar nesse idioma, e somente 1% é considerado fluente.

Esses números colocam o Brasil entre os países com os mais baixos índices de proficiência em inglês do mundo, um dado alarmante quando se pensa em um mercado de trabalho cada vez mais globalizado.

Bilinguismo no mundo e no Brasil

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Estima-se que cerca de 1 bilhão e 270 milhões de pessoas falam inglês. Foto: Canva Pro

Enquanto muitos países adotam o bilinguismo como regra, o Brasil ainda está longe dessa realidade. Segundo estatísticas globais, cerca de 43% da população mundial é bilíngue, o que significa que menos de 40% das pessoas falam apenas uma língua.

No entanto, no Brasil, o monolinguismo ainda predomina e o inglês, em particular, continua sendo uma barreira para grande parte da população.

Em 2017, um estudo da EF Education First colocou o Brasil em 41º lugar entre 80 países avaliados pela proficiência em inglês. Ficamos atrás de países como Equador, Chile, Peru, México e até Vietnã.

Em uma comparação mais recente, de 2022, o Brasil ocupou a 58ª posição entre 111 nações, com uma pontuação considerada “moderada”. Países como Argentina, Costa Rica e Cuba lideram o ranking da América Latina, apresentando proficiências significativamente superiores.

Vantagens da fluência em inglês

Dominar o inglês vai muito além de ser uma vantagem competitiva no mercado de trabalho. Pesquisas mostram que ser fluente em um segundo idioma traz inúmeros benefícios cognitivos e pessoais.

O exercício constante de alternar entre duas línguas melhora a capacidade de tomar decisões, aprimora a memória e desenvolve habilidades multitarefa.

Um estudo conduzido pelo doutor James Mortimer, da Universidade do Sul da Flórida, apontou que aprender uma nova língua pode aumentar em até quatro anos e meio o tempo de saúde cerebral, retardando os efeitos de doenças como o Alzheimer.

A pandemia e o impacto na educação de inglês

A pandemia de Covid-19 também teve um impacto profundo na educação e na aprendizagem de idiomas no Brasil e ao redor do mundo.

Um relatório da UNESCO, publicado em 2022, revelou que 1,6 bilhão de estudantes em todo o mundo foram afetados pelo fechamento de escolas, exacerbando as desigualdades já existentes no acesso à educação de qualidade.

No Brasil, os índices de fluência em inglês entre os jovens caíram desde 2020, e o fechamento das escolas durante a pandemia é apontado como uma das principais causas dessa queda. Isso agrava ainda mais o cenário da baixa proficiência no país, que já estava abaixo da média global.

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