Aprender idiomas dormindo: mito ou verdade? O que a ciência diz

Pesquisadores criam método que comprova que o cérebro é capaz de lembrar do que o ser humano escuta à noite.

Já imaginou que maravilha seria se pudéssemos aproveitar as nossas horas de sono para aprender algo novo enquanto dormimos? O que parece inatingível pode se tornar realidade a partir de uma nova técnica experimental. Isso porque pesquisadores criaram um método pelo qual o cérebro humano torna-se capaz de se lembrar do que escuta à noite, incluindo palavras novas.

Para demonstrar a técnica, a equipe de pesquisadores da Bélgica fez com que os participantes do estudo aprendessem japonês enquanto dormiam. A escolha do idioma não foi aleatória, afinal, a língua possui um número limitado de sílabas, é potencialmente próxima aos sons do francês e poucas pessoas naquele país dominavam tal idioma.

No total, 22 adultos participaram da pesquisa e nenhum deles tinha conhecimento do japonês, nem de outros idiomas presentes no continente asiático.

Pesquisa

Os voluntários, enquanto estavam acordados, eram expostos a pares de sons e imagens. Já quando dormiam, o som era novamente reproduzido, mas desta vez acompanhado pela palavra que correspondia à imagem em japonês. No dia seguinte, eles escolhiam entre duas imagens para encontrar a palavra correspondente em japonês e sempre acertavam a combinação, mesmo sem saber explicar o motivo de suas respostas.

A partir destes resultados, os pesquisadores belgas concluíram que é possível aprender um novo idioma durante as horas de sono. A desvantagem é que este processo é bastante lento, uma vez que o aprendizado de novas palavras quando se está acordado demanda dez vezes menos repetições.

Atividade cerebral

A pesquisa também comprova que o cérebro humano segue em atividade durante o sono, podendo, inclusive, reagir a estímulos externos. Além disso, os pesquisadores apontam que há emissão de sinais cerebrais específicos quando se eleva a probabilidade de aprendizado de uma nova palavra.

Outra curiosidade é que o processo de aprendizagem de novas palavras ocasiona ondas mais lentas na região frontal do cérebro, se comparadas às que serão esquecidas. Agora resta entender um pouco mais sobre a reação do cérebro e os motivos pelos quais alguns detalhes não são totalmente assimilados durante o sono.

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