Estudos alertam! quantidade de microplásticos que você consome nos alimentos é assustadora

Estudos apontam qual é o volume de microplástico presente em nossa alimentação diária.

Que tal um bife ao microplástico? Ou quem sabe um peixe grelhado com vegetais na manteiga de microplástico? Ninguém em sã consciência pediria um prato desses em um restaurante, mas a realidade está bem próxima a essa ficção. Isso porque 99% das amostras de proteínas de animais e vegetais testadas deram positivo para microplásticos. Os pequenos fragmentos do polímero podem variar entre menos de 5 milímetros e 1 micrômetro.

Nem mesmo as frutas e vegetais escapam desta contaminação, uma vez que podem absorver microplásticos por meio de suas raízes, transferindo esses pedaços químicos para os caules, folhas, sementes e até mesmo os frutos da planta.

Um estudo publicado na _Environmental Science_ encontrou entre 52.050 e 233.000 partículas de plástico de menos de 10 micrômetros em várias frutas e vegetais. Maçãs e cenouras foram as frutas e os vegetais mais contaminados, respectivamente, com mais de 100.000 microplásticos por grama.

Outros alimentos

Nem o sal escapa da possibilidade de estar repleto de plástico. Um estudo de 2023 aponta que o sal rosa grosso do Himalaia, extraído do solo, contém mais microplásticos; em seguida está o sal negro e, depois, o sal marinho. O mesmo ocorre com o açúcar e até mesmo com os saquinhos de chá, visto que muitos são feitos de plástico e podem liberar enormes quantidades do material na bebida.

Prova disso é que pesquisadores da Universidade McGill, em Quebec, Canadá, descobriram que preparar um único saquinho de chá de plástico libera cerca de 11,6 bilhões de microplásticos e 3,1 bilhões de partículas de nanoplástico na água.

O arroz também é um caso crítico. Um estudo da Universidade de Queensland descobriu que, para cada 100 gramas de arroz consumido, entre três e quatro miligramas de plástico são ingeridos, quantidade que aumenta para 13 miligramas por porção no caso do arroz instantâneo.

Um caso bastante conhecido é o da água engarrafada. Um estudo de março deste ano descobriu que um litro de água contém, em média, 240.000 partículas de sete tipos diferentes de plásticos, incluindo nanoplásticos.

Saúde

Microplásticos já foram encontrados em humanos, como nos pulmões, tecidos placentários maternos e fetais, leite materno e sangue. As consequências disso são alarmantes. Isso porque pessoas com microplásticos ou nanoplásticos nas artérias do pescoço têm o dobro de chances de sofrer um infarto do miocárdio, derrame cerebral ou morrer por qualquer causa nos três anos seguintes em comparação com pessoas que não tinham essas partículas.

A poluição por nanoplásticos é a mais preocupante para a saúde humana porque as partículas são tão pequenas que podem invadir células e tecidos individuais dos órgãos principais. Potencialmente, isso pode causar a interrupção dos processos celulares e depositar substâncias químicas que alteram o sistema endócrino.

Por fim, mesmo diante destes dados, ainda não há consenso científico sobre as possíveis repercussões das partículas de nano e microplásticos na saúde.

Redução do plástico

Enquanto a ciência trabalha em pesquisas envolvendo a temática, é possível reduzir sua exposição ao plástico. Para isso, especialistas apontam a necessidade de se evitar comer alimentos armazenados em recipientes plásticos, além de optar por roupas de tecidos naturais.

Por fim, não aqueça plásticos no micro-ondas, prefira vasilhas de vidro e, se possível, consuma alimentos frescos e diminua a compra de alimentos processados e ultraprocessados embalados em plástico.

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