Você pode ser um dos poucos: o 'teste secreto' para superinteligência
Saiba como é o processo de identificação de indivíduos superinteligentes.
A Mensa Brasil, braço local da Mensa Internacional, uma organização que reúne pessoas com alta inteligência, aplica testes secretos para identificar superdotados no país. O teste de QI, com duração de apenas seis minutos, é aplicado a candidatos entre 17 e 63 anos que tenham pelo menos o ensino superior incompleto.
Para se associar à Mensa, é necessário obter mais de 130 pontos no teste, sendo que a média no Brasil é pouco mais de 83 pontos.
Superdotação: uma definição em debate
Segundo especialistas, não existe uma definição precisa para a superdotação. No entanto, ela é popularmente usada para descrever pessoas com inteligência significativamente acima da média.
No entanto, algumas críticas são feitas ao uso exclusivo do QI como medida de inteligência. Alguns especialistas preferem o termo “altas habilidades” para abranger outras formas de inteligência que vão além do raciocínio lógico, como nas áreas artísticas, esportivas ou de comunicação.
Também existem debates sobre a estimativa do número de pessoas superdotadas, com diferentes cálculos e definições em diversos países.
Quantidade de superdotados e a realidade no Brasil
As estimativas do número de superdotados variam bastante, com a Mensa trabalhando com a estimativa de que 2% da população mundial tem alto QI. Se essa proporção for aplicada ao Brasil, haveria cerca de 4 milhões de superdotados no país, mas apenas cerca de 2.6 mil foram identificados pela organização até o momento.
No Brasil, a busca por indivíduos superdotados ainda é limitada e, muitas vezes, a superdotação é confundida com outros transtornos ou não é identificada a tempo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) inclui alunos com “altas habilidades ou superdotação” no grupo daqueles que têm direito à educação especial.
No entanto, a falta de identificação pode ocorrer devido a problemas mais urgentes da educação no país. Especialistas acreditam que a superdotação pode ser explicada por fatores genéticos e ambientais, mas ainda se trata de um campo de pesquisa em andamento.
As políticas públicas para identificar e atender indivíduos superdotados são consideradas defasadas, com poucos programas voltados para pessoas com QI alto. O Ministério da Educação chegou a prever a criação de um cadastro nacional para estudantes com altas habilidades, porém, até o momento, esse cadastro não foi implementado.