Baleia-azul: o maior animal do mundo está quase extinto

Encontrada em todos os oceanos do planeta, a baleia-azul é um mamífero aquático que migra para se alimentar e se reproduzir

Podendo alcançar cerca de 30 metros de comprimento, a Balaenoptera musculus, ou baleia-azul, é considerada o maior animal que comprovadamente já existiu e ainda existe no mundo. Seu peso chega até 150 toneladas, o equivalente a um prédio de 10 andares. Apesar de viver no mar, a baleia-azul não e um peixe, mas um mamífero aquático que faz parte da ordem Cetatiodactyla, da família Balaenopteridae e do gênero Balaenopter.

Características Físicas

Existem algumas diferenças entre machos e fêmeas, sendo as fêmeas costumeiramente maiores e mais pesadas. A maior baleia fêmea já registrada possuía cerca de 33,6 metros de comprimento.

O corpo da baleia azul é longo com coloração azul acinzentada e manchas com tons claros. Na parte baixa do seu corpo, entretanto, é possível identificar uma coloração mais clara, além de esporadicamente ser possível encontrar algumas diatomáceas, organismos unicelulares que deixam um aspecto marrom em suas peles.

Com formato de U, a cabeça da baleia-azul é larga, e corresponde a cerca de um quarto do tamanho de seu corpo. São encontrados três tipos de nadadeiras: as peitorais pequenas, que possuem cerca de 10% do comprimento do corpo total da baleia, a dorsal, pequena e localizada no quarto posterior do corpo, e a caudal, que é larga e possui um pedúnculo caudal grosso.

Apesar de não possuir dentes, têm uma estrutura que lembra uma franja, onde garante a filtração da água e a retirada das presas. Assim como os outros mamíferos, a baleia-azul respira por meio de pulmões, o que faz com que a baleia seja dependente de se direcionar à superfície para respirar. Durante sua expiração, a baleia-azul produz um borrifo que pode formar uma coluna de até 12 metros de altura.

Baleia-Azul animal

 Alimentação

A baleia-azul não se consiste em um grande predador. Assim como outros animais do grupo Cetáceos, linhagem de mamíferos completamente aquática que, por não se adaptarem a vida terrestre, retornaram à água, a baleia-azul não possui dentes e se alimenta exclusivamente de crustáceos, zoo plâncton, pequenos peixes e moluscos.

No Hemisfério-Sul, entretanto, a alimentação da baleia-azul é restrita ao crustáceo krill, invertebrado que lembra sutilmente o camarão. Para uma alimentação bem feita que supra as necessidades de seu organismo, uma única baleia dessa espécie consegue comer até quatro toneladas de krill por dia. Para se alimentar, a baleia-azul nada com a boca aberta. Isso faz com que consiga sugar o krill, que normalmente fica preso em suas barbatanas e pregas laterais de sua boca.

Em resumo, quando a baleia abre sua boca, sulcos presentes em sua garganta se expandem o suficiente para que entre grandes quantidades de água e alimento. Assim, quando a boca se fecha, a água é expelida por suas barbatanas bucais e o alimento permanece no interior da boca, para que posteriormente, com o auxílio de sua grande língua, seja direcionado ao estômago.

Crustáceo Krill – Principal alimentação da Baleia – Azul.

Reprodução

Apesar de geralmente consistir em um animal solitário, a baleia-azul ocasionalmente também pode ser com um par. Sua maturidade sexual chega por volta dos 10 anos de idade, momento em que, a fêmea geralmente mede entre 21 e 23 metros e os machos, entre 20 e 21 m.

O período reprodutivo das baleias-azuis ocorre durante o inverno e a primavera e, durante cada gestação, que dura em torno de 10 a 11 meses e ocorre a cada dois ou três anos, é produzido apenas uma cria. Quando nascem, os filhotes dessa espécie podem chegar de sete a oito metros de comprimento, além de pesar mais de 2 toneladas, por se desenvolverem dentro do corpo da mãe.

A amamentação da baleia-azul dura cerca de oito meses e o desenvolvimento obtido durante esse período faz com que essa espécie possua uma das maiores taxas de crescimento do reino animal. Isso se dá, pois durante os primeiros meses de vida, o filhote pode ganhar até 90 kg por dia, se alimentando somente à base de leite materno.

Apesar de tradicionalmente a espécie da baleia-azul apresentar um intervalo de dois a três anos entre uma e outra gestação, atualmente esse período vem encurtando. A intenção é equilibrar a população desses animais, para evitar sua extinção, em virtude da grande caça e risco que a baleia-azul geralmente se encontra exposta.

Amamentação das baleias

Habitat, Migrações e Distribuição geográfica

Segundo a união Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), a espécie da baleia-azul pode ser encontrada em qualquer um dos oceanos. Na verdade, os únicos lugares que nunca registraram presença da bale-a azul foram alguns mares regionais. Entre eles, é possível mencionar o Mar Mediterrâneo, o Mar de Okhotsk e o Mar de Bering.

A baleia-azul costuma migrar de oceano em oceano de acordo com seu objetivo, que varia entre se alimentar e reproduzir, o que faz com que este animal tenha grande distribuição geográfica e seja encontrado em todos os oceanos do planeta Terra. Entretanto, sua maior concentração está nos mares da Antártida e no norte dos oceanos Pacífico e Atlântico.

A maior taxa de migração dessas baleias geralmente ocorre no meio do ano, quando estas nadam em direção às águas mais frias, e no final do ano, inverno do hemisfério norte e primavera do hemisfério sul, no chamado período reprodutivo, quando nadam em direção às regiões tropicais.

A migração no período de alimentação que ocorre no meio do ano, se dá no que é considerado verão do hemisfério norte e outono do hemisfério sul. Durante esse processo, é possível perceber que enquanto algumas baleias fazem longas migrações, outras se restringem a áreas mais limitadas.

Risco de extinção

A maior taxa de declínio das baleias-azuis começou no início do século 20, a partir do desenvolvimento de novas tecnologias par a navegação e caça, como navios motorizados e arpões explosivos. O auge foi registrado na década de 30, onde cerca de 30 mil baleias foram mortas em apenas uma temporada.

Por isso, desde o ano de 1966, a baleia-azul passou a ser um animal protegido por lei, graças a Comissão Baleeira Internacional (CIB), e sua caça, teoricamente, foi cessada na década de 70. Entretanto, a caça ilegal, as alterações no habitat, a poluição marinha, a pesca intensiva do Krill, sua maior presa, e as mudanças climáticas são ameaças que contribuem para a classificação da baleia-azul em uma das espécies ameaçadas de extinção na lista da IUCN. Além disso, países como Japão, Noruega e Islândia não encerraram a atividade econômica em cima da caça desses animais.

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