Governo José Sarney

José Sarney foi o 31º presidente do Brasil e também foi deputado federal, senador e governador do Maranhão. Além disso, Sarney é advogado e escritor

Nascido em Pinheiro, no Maranhão, José Sarney de Araújo Costa é fruto de uma das famílias mais ricas do estado. Considerado o político com maior carreira política do país, foi primeiro presidente civil do Brasil após o período da ditadura militar.

Além de ter ocupado a presidência, Sarney foi governador do Maranhão e senador pelo Maranhão e pelo Amapá, chegando a ser presidente da Casa. Fora do âmbito político, ele também é advogado, escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, com diversas obras publicadas.

José Sarney de Araújo Costa nasceu em 24 de abril de 1930, com o nome de José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Ele é filho de Kyola Ferreira de Araújo Costa e Sarney de Araújo Costa, que foi membro do Tribunal de Justiça do Maranhão como promotor e desembargador. Em 1946, Sarney se casou com Marly Macieira, com quem teve três filhos.

A família de José Sarney é uma das mais ricas do Maranhão, com o patrimônio estimado em 250 milhões de reais. As propriedades da família incluem imóveis, emissoras de rádio e televisão, jornais e diversos tipos de empresas.

Formação acadêmica

José Sarney iniciou os seus estudos no interior do Maranhão, no Colégio Mota Júnior, em São Bento, e no Colégio de Professor Joca Rego, em Santo Antônio de Balsas. Aos 12 anos de idade, ele foi aprovado no Liceu Maranhense, em São Luís, capital do estado.

Nesse último colégio, Sarney começou a se envolver com assuntos políticos, tendo sido presidente do Centro Liceísta e editor do jornal “O Liceu”. Em 1945, ele chegou a ser detido por participar de manifestações contra a ditadura de Getúlio Vargas.

Em 1950, José Sarney ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão, concluindo o curso em 1953. No ano seguinte, ele foi professor na Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica do Maranhão, abandonando o cargo em 1955 para assumir o mandato de deputado federal.

Atuação política

José Sarney entrou na carreira política quando ele se filiou ao Partido Social Democrático (PSD), candidatando-se a deputado federal em 1954, mas sem se eleger. No entanto, ele assume um mandato como suplente em 1955. Sarney mudou para o partido União Democrática Nacional (UDN), sendo eleito para o mesmo cargo em 1958 e 1962.

Em 1965, Sarney foi eleito governador do Maranhão e, com o início do regime militar e a extinção dos partidos políticos, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio à ditadura. Durante o período, ele foi eleito e reeleito senador em 1970, permanecendo no cargo até 1985.

Com o fim do regime militar e a criação de novos partidos políticos, Sarney criou a Frente Liberal. Em 1984, o partido fez coligação com o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e lançou a candidatura de Tancredo Neves para presidente, com José Sarney como vice. Eles foram eleitos pelo Colégio Eleitoral por 480 votos contra 180.

Foto oficial de José Sarney como presidente

Contudo, Tancredo adoeceu e Sarney assumiu como presidente interino em 15 de março de 1985. Um mês depois, com a morte de Tancredo, José Sarney se tornou o primeiro presidente após o regime militar.

As medidas tomadas pelo governo Sarney tinham como objetivo impedir o crescimento da inflação e melhorar a economia. Entre as ações, estão o lançamento do Plano Cruzado, uma moeda para substituir o cruzeiro, e o congelamento de preços e de salários. Além disso, também foram feitas a Constituição de 1988 e as primeiras eleições diretas.

Com o fim do mandato, José Sarney mudou de domicílio eleitoral e foi eleito senador por três mandatos, em 1991, 1999 e 2007. Em 2015, após 60 anos de mandatos consecutivos, Sarney anunciou sua aposentadoria para se dedicar mais a carreira de escritor.

Carreira literária

Em paralelo à vida política, José Sarney também desenvolveu uma longa carreira como escritor. Ele escreveu contos, crônicas, ensaios e romances, além de colaborações na imprensa.

Em 1947, ele ganhou um concurso de reportagem do jornal “O Imparcial”, sendo contratado como repórter. Nos anos seguintes, Sarney colaborou com outros jornais e, durante a faculdade de Direito, criou um suplemento literário no “O Imparcial”.

Aos 22 anos, em 1952, ele ingressou na Academia Maranhense de Letras, sendo um dos principais difusores do pós-modernismo brasileiro no estado. Foi eleito para a cadeira nº 38 da Academia Brasileira de Letras, em 1980, sendo, atualmente, o membro mais antigo.

Obras

  • Ensaios: A pesca do curral  (1953);
  • Poesia: A canção inicial (1954), Marimbondos de fogo (1978), Saudades mortas (2002);
  • Contos: Norte das águas (1969), Dez contos escolhidos (1985), Brejal dos Guajas e outras histórias (1985);
  • Discursos: O parlamento necessário (1982), Falas de bem-querer (1983), A palavra do presidente (1985-1990), 20 anos de democracia (2005), 20 anos do Plano Cruzado (2006);
  • Crônicas: Sexta-feira, Folha (1994), A onda liberal na hora da verdade (1999), Canto de página (2002), Crônicas do Brasil contemporâneo (2004), Tempo de pacotilha (2004), Semana sim, outra também (2006);
  • Romances: O dono do mar (1995), Saraminda (2000), A duquesa vale uma missa (2007), Maranhão – sonhos e realidades (2010);
  • Outros gêneros: Mercosul, o perigo está chegando (1997), Amapá, a Terra onde o Brasil começa (1998).

Frases

“Vivemos entre a ameaça do protecionismo e o fantasma da inadimplência.”

“Realmente, estamos importando alimentos, mas isso é ótimo, porque significa que quem não comia está comendo.”

“No Maranhão, depois dos 50 (anos) não se pergunta a alguém como está de saúde. Pergunta-se onde é que dói.”

“Consultei um futurólogo e ele previu que o Brasil só terá outro presidente nordestino daqui a 1.900 anos. Então, acho que mereço ficar os seis anos.”

“Herdei para administrar a maior crise política da história brasileira, a maior dívida externa do mundo, a maior dívida interna, a maior inflação que já tivemos, a maior dívida social e a maior dívida moral.”

“Durante o meu mandato a história se contorceu, mas a democracia não murchou na minha mão.”

“Posso conciliar a literatura com a política, porque hoje a política tem muito de ficção.”

“Escrever é uma compulsão.”

“Parente em governo sempre cria problema. Para o governo ou para o parente.”

“Não me perdoam por ter chegado ao poder passando por cima do cadáver de Tancredo Neves.”

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