O que é a Síndrome de Burnout?

Registrado em 1974, nos Estados Unidos, esse transtorno pode acarretar demais distúrbios mentais, como depressão e ansiedade

A chamada Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout (do inglês, traduzido para o português, ‘burn’ significa a ‘queima’ e ‘out’ o ‘exterior’) consiste em um distúrbio emocional que é resultado de desgaste causado por situações de trabalho estressantes e ambientes excessivamente competitivos.

Em resumo, é o desgaste por excesso de trabalho que ocorre quando o profissional traça objetivos muito além daqueles que estão a alcance da pessoa e se submete ou é submetido a situações de pressão excessiva com mais tarefas do que consegue cumprir.

Síndrome do Esgotamento Profissional ou Síndrome de Burnout

Também ocorre quando a pessoa é exposta acontecimentos que envolvem relacionamentos interpessoais diretos e intensos. Essa síndrome pode desencadear depressão profunda ou outros distúrbios mentais.

A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico descrito pelo médico americano Freudenberger, também vítima do próprio problema, em 1974. Esse transtorno está registrado na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11) no grupo 24.

Assim, é considerado um distúrbio relacionado à medicina do trabalho. Entretanto, no Brasil, só em 1999 o Ministério da Saúde brasileiro decidiu incluir a Síndrome do Burnout como uma das doenças relacionadas à jornada trabalhista.

Principais Sintomas

Os sintomas dessa síndrome podem ser tanto físicos quanto psíquicos, e eles se resumem em atitudes negativas por parte de quem está sofrendo com o desgaste.

É possível que uma pessoa seja vítima desse distúrbio quando apresenta casos repetitivos de ausências no trabalho, não querer sair de casa, alterações ríspidas de humor, pessimismo, ansiedade, depressão, dificuldade de concentração, lapsos de memória, baixa auto estima e agressividade.

Os sintomas físicos costumam envolver dores de cabeça ou musculares, insônia, palpitação, crises de asma, fadiga, alteração nos batimentos cardíacos, entre outros.
Inicialmente, esses sintomas aparecem de forma sutil, mas aumentam gradativamente.

Diagnóstico

A Síndrome de Burnout pode ser diagnosticada através de psicólogos ou psiquiatras, por meio de sintomas apresentados no histórico e no contextuo atual do paciente. Segundo o médico oncologista Drauzio Varella, a escala Linkert pode ser um ótimo instrumento quando se trata de diagnosticar a síndrome do burnout, através de seu questionário e suas respostas psicométricas.

Em resumo, essa escala é uma das metodologias mais populares quando se busca entender as atitudes ou comportamentos de seu cliente, consumidor ou paciente, desenvolvida durante a década de 30 nos Estados Unidos.

A escala Linkert funciona a partir da apresentação de uma tabela de classificação, onde são apresentadas afirmativas em que a pessoa precisa responder essas afirmativas de acordo com o grau de concordância ou identificação.

Na escala, você pode discordar totalmente da prase, discordar, ser indiferente, concordar ou concordar totalmente. No fim, os dados coletados são convertidos em ações práticas para o tratamento só indicado pelo diagnóstico.

Mudanças na cabeça que causam o burnout

Quando seu corpo entra em burnout, todas as áreas sofrem consequências, sendo o cérebro o maior afetado. Neste, a área mais fragilizada é a responsável pela atenção e aprendizado, o hipocampo. Além disso, a produção de novos neurônios fica prejudicada, já que o estresse compromete e sobrecarrega as funções da massa cinzenta.

Também são liberadas pelo corpo grandes quantidades dos hormônios adrenalina e cortisol, que acabam por prejudicar o funcionamento geral do cérebro, do coração (com a elevação da pressão) e prejudicam a imunidade.

O estresse ainda pode fazer com que a respiração perca seu ritmo ideal, prejudicando os pulmões, e os músculos passem a realizar contrações involuntárias e alguns tiques.

Os olhos e a pele também acabam lesados, apresentando uma visão turva ou embaçada em quem possui seu estado emocional fragilizado e lesões de dermatite e psoríase por toda a extensão do corpo.

Tratamento

O tratamento muda de acordo com o paciente, mas muitas vezes é necessária realização de psicoterapia e medicação. Além disso, é necessário que o paciente saia ou faça uma pausa daquilo que lhe causou o estresse, mudando seu estilo de vida e seus hábitos, como a inserção de atividades físicas, para uma rotina que dê prioridade à sua saúde mental.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamento de forma integral e gratuita à problemas de saúde mental. Para ser atendido, é necessário buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS) para posteriormente ser encaminhado para o atendimento específico.

Profissões afetadas

Pelo ritmo de trabalho característico, algumas os que exercem determinadas profissões estão mais propensos a desenvolver esse distúrbio. As principais profissões a serem afetadas por esse transtorno são as de docência, enfermagem, medicina, jornalismo, advocacia, segurança (policiais e bombeiros).

A razão é o intenso acúmulo de tarefas, a falta de autonomia, falta de compreensão e respeito entre os membros da equipe, jornada dobrada de trabalho e dedicação intensa.

7 aspectos que fazem saber se seu trabalho faz mal a você.

  1. Você é submetido a horas extras frequentes e metas irrealistas a cumprir.
  2. Trabalha em um ambiente insalubre e cheio de desconfiança, onde pessoas frequentemente atacam umas às outras.
  3. Não dispõe de liberdade para delegar ou cumprir tarefas.
  4. Você vive para trabalhar, e não trabalha para viver, o que faz com que todos os seus pensamentos fora do trabalho, sejam em prol do trabalho.
  5. Possui valores completamente distintos do que a emprega prega.
  6. Está em um local com pessoas extremamente competitivas.
  7. Não possui o mínimo reconhecimento ao seu esforço.

Recomendações

É recomendado que o profissional vítima do burnout não deixe de fazer exercícios físicos, já que a produção do “hormônio da felicidade” para o organismo, a endorfina, está diretamente relacionada a uma prática constante de atividades físicas.

Evite o consumo de álcool e outras para se refugiar das crises de ansiedade ou outros distúrbios da mente; isso só agravará situação. Tente entender o que em sua rotina está lhe causando prejuízos em sua saúde mental e avaliar a possibilidade de alterar esse aspecto, entrando em uma nova dinâmica.

Busque a opinião de pessoas que já passaram por situações semelhantes e, principalmente, apoio e ajuda profissional com agentes da saúde (psicólogos ou psiquiatras).

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