Governo Luiz Inácio Lula da Silva
Luiz Inácio Lula da Silva foi o 35° presidente do Brasil.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva durou dois mandatos, iniciando em 1° de janeiro de 2003 e terminando no dia 1° de janeiro de 2011. Dilma Roussef foi a sucessora de Lula, tomando posse em 2011.
Depois de disputar algumas eleições presidenciais, sem sucesso, o político populista foi eleito com promessa de trazer ao Brasil crescimento econômico e investimentos em programas sociais.
No entanto, no decorrer dos mandatos e anos posteriores, o governante acabou se envolvendo em diversos escândalos, alguns, inclusive, relacionados ao crescimento do país, como por exemplo, a investigação por repasses de dinheiro para a construtora Odebrecht, responsável por inúmeros obras durante os anos de seu governo.
Outro escândalo de corrupção que abalou a popularidade e governo de Lula foi o caso do Mensalão.
Biografia
Luiz Inácio da Silva nasceu na cidade de Garanhuns, interior do Pernambuco, no dia 27 de outubro de 1945. Em 1952, quando o movimento migratório para o sul era bastante popular, sua família se mudou para São Paulo em busca de melhores condições de vida.
Seu primeiro emprego foi aos 12 anos em uma tinturaria. Tempos depois foi engraxate e office-boy. Aos 14 anos teve sua Carteira de Trabalho assinado pela primeira vez. Passado algum tempo, Lula começou a trabalhar na Fábrica de Parafusos Marte.
Em seguida, formou-se no curso de torneiro mecânico no Serviço Nacional da Indústria – SENAI e começou a trabalhar na Metalúrgica Independência. Aos 18 anos teve o dedo mínimo da mão esquerda decepado por uma prensa.
Durante a ditadura militar, Lula trabalhou em várias fábricas até ingressar na Fábrica Villares, no ABC paulista, mais especificamente em São Bernardo do Campo.
Em 1975 foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, quando passou a ser chamado por Lula, apelido que passou a ser adotado em seu sobrenome.
Entre 1978 e 1980 ocorreram as greves do ABC paulista, apesar do período marcado pela repressão e autoritarismo. Foi nesse contexto que Lula iniciou sua carreira política.
Em 1980, foi criado o Partido dos Trabalhadores por Lula, intelectuais e operários. Em 1986, Lula foi eleito como o deputado federal. Como parlamentar, ele compôs a Assembleia Nacional Constituinte que produziu a Constituição de 1988.
Governo Lula
Lula concorreu às eleições presidenciais entre 1989 e 1998. Somente em 2002 foi eleito presidente do Brasil com mais de 61% dos votos válidos.
Seus mandatos foram marcados pela criação de diversos programas sociais como o Fome Zero que tinha como objetivo combater a fome no Brasil e o Bolsa Família, de distribuição de renda para famílias em situação de extrema pobreza ou pobreza, segundo critérios socioeconômicos.
Com políticas consideradas assistencialistas, o governo Lula proporcionou o aumento do consumo com a redução de impostos e o ingresso de mais estudantes em universidades públicas e privadas, ampliando o acesso ao financiamento estudantil, concedendo bolsas de até 100% e aumentando os repasses às instituições públicas.
Educação
O governo Lula teve como uma das principais pautas a democratização do ensino para que pessoas de classes mais baixas acessassem todos os níveis escolares, principalmente a universidade.
Em 2007 foi criado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que tinha como objetivo financiar a expansão da educação básica no país.
No mesmo ano foi criado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com o intuito de avaliar a eficácia do ensino mediado nas escolas públicas para, então, criar ferramentas para melhorá-lo.
A implementação das cotas raciais e sociais nas universidades permitiram que as camadas historicamente desprivilegiadas socialmente acessassem o ensino superior e a pós-graduação, com o aumento de vagas e bolsas de estudos para os mestrandos e doutorandos.
Além disso, em 2005 entrou em vigor o Programa Universidade para Todos (Prouni) que destina bolsas de estudos para estudantes de baixa renda em universidades particulares.
Em 2009 foi implantado o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que, junto ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), seleciona candidatos a partir de suas notas no Enem para ocupar as vagas nas instituições federais.
Essa medida fez com que estudantes pudessem pleitear por vagas em outros estados sem precisarem se deslocar para a resolução de provas.
Economia
O primeiro mandato do governo Lula foi marcado por um cenário econômico favorável, controlando a inflação e garantindo a estabilidade do Real, resultado de um processo que começou no governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
O desenvolvimento econômico deveu-se à grande quantidade de exportações de matérias-primas e commodities do Brasil para outros países.
A consolidação econômica fez com que o Brasil não sentisse de forma impactante a crise econômica de 2008.
Em 2007, durante seu segundo mandato, o governo federal iniciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) com o objetivo de melhorar a infraestrutura do país em áreas como de transportes, saneamento básico, educação, habitação, infância e conservação das cidades históricas.
As verbas destinadas para esse Programa se originavam da iniciativa pública e privada. Nesse contexto, ocorreras os maiores escândalos da era Lula. Isso porque as empreiteiras subornavam políticos para conseguirem ganhar licitações. Pouco tempo depois, tal realidade foi a público durante o governo Dilma.
Mensalão
O Mensalão foi um escândalo de corrupção que tornou público o repasse de verbas de empresas para o governo federal para a obtenção de apoio dos deputados e senadores nos projetos de leis e emendas.
A partir de então, foram realizadas várias investigações que prenderam aliados do então presidente e importantes figuras do cenário político brasileiro.
Ao todo, 24 pessoas foram condenadas, entre os quais: José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, José Genoino, ex-presidente do PT, Delúbio Soares, , ex-tesoureiro do PT, João Paulo Cunha, ex-deputado federal (PT-SP), Marcos Valério, empresário e publicitário e Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil.
Boa parte das condenações foram pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
O Mensalão recebeu esse nome em razão dos pagamentos mensais realizados pelo tesoureiro do PT, Delúbio Soares, a alguns deputados federais.
Fim do governo Lula e sua prisão
O fim do governo Lula ocorreu no dia 1° de janeiro de 2011, data em que ele passou a faixa presidencial a Dilma Rousseff.
Após investigações, em abril de 2018 Lula foi preso acusado de desviar dinheiro público para reformar um triplex na cidade de Guarujá. Tal reforma contou com a ajuda da empresa OAS que visava favorecimentos políticos.
Mesmo afirmando que o apartamento não era sua propriedade, a Justiça, diante das provas encontradas, entendeu que o ex-presidente era culpado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, condenando-o a 9 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em novembro de 2019, Lula foi solto após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar a prisão de condenados após a segunda instância.
Apesar da liberdade, Lula segue condenado em duas ações penais na Operação Lava Jato (triplex e sítio), é réu em outros sete casos e foi denunciado ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff pela nomeação como ministro da Casa Civil, em 2016.
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