Conheça Quintino Bocaiúva
Jornalista destacado por sua atuação política e defesa dos ideais republicanos
Nascido em Itaguaí, no Rio de Janeiro, Quintino Antônio Ferreira de Sousa (1836 – 1912), mais conhecido como Quintino Bocaiúva, ficou órfão ainda criança e, aos 14 anos, mudou-se para São Paulo.
Devido a sua constante aproximação com a política e com as ideias republicanas e nacionalistas, adotou o nome ‘Bocaiúva’, nome de origem indígena que refere a uma palmeira brasileira. Se tornou um jornalista e um político de destaque. No comando do jornal O País, ao mesmo tempo em que era líder do Partido Republicano, foi considerado “príncipe dos jornalistas brasileiros”.
Atuação profissional: Jornalismo e Política
Ao se instalar em São Paulo, começou a trabalhar como tipógrafo e revisor de textos na redação de um jornal chamado Acaiaba. Além disso, assim como o jornalista Ferreira Viana, Quintino também escrevia artigos para o jornal A Hora. Com essa fonte de renda, deu continuidade em seus estudos e passou a escrever poesias e artigos a a serem publicados no Acaiaba.
Bocaiúva se matriculou no curso de Humanidades e Direito em 1850, mas se viu obrigado a abandonar a formação quatro anos depois, por dificuldades financeiras de se manter. Em 1856, retornou ao Rio de Janeiro para trabalhar no jornal Diário do Rio de Janeiro e se dedicar integralmente à carreira de jornalista. Após 1860, passou quatro anos escrevendo para o Correio Mercantil, onde teve a oportunidade de redigir o Manifesto Republicano, publicado em no jornal A República, em 1870.
Durante sua carreira de jornalista, realizou notáveis trabalhos, como a cobertura da Questão Platina (série de disputas entre países como o Uruguai, Brasil, Argentina e Paraguai pelo Rio Prata) e a Guerra do Paraguai. Além disso, foi protagonista no confronto com os representantes do regime imperial.
No mesmo ano, porém meses antes da publicação do Manifesto Republicano, Bocaiúva fundou o Partido Republicano. Já que suas principais ações, por vezes polêmicas, eram registradas no A República, o jornal foi extinto em 1874. Entretanto, não disposto a desistir de expor seus ideais, ajudou a fundar o jornal O Globo, que também atuava em favor do regime republicano. Contudo, esse jornal também foi fechado, em 1883.
Um ano após a extinção do O Globo, em 1884, o jornalista fundou o jornal O País, com o objetivo de prosseguir sua exposição de opiniões contrárias ao regime monárquico e seu sistema de funcionamento. Fazia questão de enfatizar, entretanto, que sua luta não era contra quem representava o governo, mas contra sua estrutura.
Para a derrubada do império, foi necessário que o governo perdesse o apoio dos militares. Essa ação só foi concretizada a partir de uma articulação de Quintino Bocaiúva com Benjamin Constant e seus subordinados.
Em 1889, eleito chefe da propaganda do Partido Republicano, Quintino Bocaiúva fazia parte do grupo maçom dos propagandistas que se opunham ao positivismo. Nesse contexto, o movimento republicano estava em alta e se difundia progressivamente, tendo formado quase 300 clubes e mais de 75 jornais responsáveis pela divulgação de suas ideias.
No mesmo ano, após a instauração do Governo Provisório de Deodoro da Fonseca, Bocaiúva foi nomeado Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Agricultura, onde atuou até 1891.
Foi eleito senador (1899) e, um ano depois, governador do estado do Rio de Janeiro. Durante a disputa presidencial entre o marechal Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, Bocaiúva prestou apoio ao marechal republicano. Ao conseguir se reeleger no cargo de senador e permaneceu nesta posição até sua morte, em 1912.
Frases
“O regime da federação baseado, portanto, na independência recíproca das províncias, elevando-se à categoria de Estados próprios, é aquele que adotamos no nosso programa, como sendo o único capaz de manter a comunhão da família brasileira.”
“Onde estiver Pinheiro Machado podeis segui-lo, pois com ele estareis com a boa causa da República.”
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