Apesar de popularmente chamarmos todas de arara-azul, existem três espécies dessa ave: a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) e a arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus).
Arara-azul-grande
Essa é a arara-azul mais conhecida, ela possui a penas azul e um círculo amarelo ao redor dos olhos e também próximo a mandíbula.
Elas são animais bem grandes, podem chegar a medir mais de um metro da cabeça até a ponta da cauda e pesar até 1,5kg.
As araras-azuis-grande possuem alimentação frugívora, tendo preferência pelos frutos da bocaiúva e do acuri.
Podemos encontra-las principalmente no Pantanal, entretanto elas também habitam algumas regiões do Cerrado e da Mata Atlântica.
Essas araras-azuis vivem em bandos, mas costumam se isolar no período de reprodução. Esses animais são fieis, ou seja, o casal vive junto por toda vida, geralmente são colocados dois ovos em cada ninhada, mas somente um filhote sobrevive.
Elas geralmente gostam de se exibir em voos e são dóceis, o que facilita a captura por predadores e caçadores.
Arara-azul-de-lear
A arara-azul-de-lear é menor que a arara-azul-grande, possui penas azul esverdeado com a barriga em tons mais claros.
Também possui o anel amarelo ao redor dos olhos e chega a ter 70 cm de comprimento. Elas vivem na caatinga da Bahia e, é considerada endêmica desse local.
Elas se alimentam, principalmente, de sementes de palmeiras, frutos de pinhão e umbu, mas também podem comer milho se houver indisponibilidade dos seus alimentos preferidos.
Arara-azul-pequena
Como o próprio nome diz, essas são as menores araras-azuis, além do Brasil, elas já foram encontradas também no Paraguai, Uruguai e Argentina.
No entanto, há mais de 50 anos não existe nenhum registro dessas aves, e por isso elas já são consideradas extintas por muitos cientistas.
Por que as araras-azuis são consideradas animais em extinção?
O número de indivíduos dessas espécies tem diminuído como consequência do desmatamento, queimadas, mudanças climáticas e também pelo tráfico de animais.
Por serem animais com grande exuberância e com certo grau de docilidade, o comércio ilegal desses animais é muito comum.
Atualmente esses animais são considerados vulneráveis pela International Union for Conservation of Nature (IUCN), uma lista mundial que classifica os animais com risco de extinção.
Instituto Arara-azul
O Instituto Arara-azul é o maior projeto de proteção das araras-azuis que existe, ele foi fundado a 40 anos, em 1990, no Pantanal.
O principal objetivo desse instituto é manter populações de araras-azuis com viabilidade reprodutiva, em vida livre no seu habitat natural, promovendo assim a conservação da biodiversidade do Pantanal.
A criadora do Instituto Arara-azul é a doutora em zoologia Neiva Guedes, que já dedica muitas décadas de estudo a esses animais e, juntamente com sua equipe, conseguiram retirar as araras-azuis do risco iminente de extinção no Pantanal.
Em 2020, a Dra. Neiva foi homenageada no Dia Internacional das Meninas e Mulheres Cientistas pela Maurício de Sousa Produções, a empresa responsável pela Turma da Mônica, com a criação de uma personagem bióloga inspirada nela. Segundo a empresa, esse foi o reconhecimento por um trabalho de uma vida toda que trouxe grandes benefícios para a conservação da natureza.
Arara-azul para colorir
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