Governo Fernando Collor

O Governo Collor foi marcado pelo Plano Collor para melhorar a economia e pelo impeachment do presidente Fernando Collor.

O Governo Collor, também conhecido como Era Collor, foi o período da política em que o Brasil foi governado por Fernando Collor de Mello. Collor tomou posse como presidente no dia 15 de março de 1990 e renunciou em 29 de dezembro de 1992, após a abertura de um processo de impeachment contra ele.

Collor foi o primeiro presidente eleito pelo povo após o fim da ditadura militar. Durante o seu governo, foram registrados alguns dos piores índices econômicos da história do país, como a hiperinflação e a que de mais de 2% do PIB.

Biografia de Collor

Fernando Affonso Collor de Mello nasceu no dia 12 de agosto de 1949 na cidade do Rio de Janeiro. Ele é filho do ex-senador Arnon Afonso de Farias Melo e de Leda Collor. Por causa da carreira política do pai, ele cresceu entre as cidades de Maceió, Rio de Janeiro e Brasília.

Em 1972, Collor se formou em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Alagoas. Ele foi estagiário no Jornal do Brasil e dirigiu o jornal Gazeta de Alagoas antes de assumir o complexo de meios de comunicação da família.

Ele se casou com Lilibeth Monteiro de Carvalho em 1975, com quem teve dois filhos. Em 1984, Collor se casou novamente com Rosane Brandão Malta, que se tornou primeira-dama do Brasil. Já em 2006, ele se casou novamente com Caroline Medeiros, tendo duas filhas. Além disso, ele teve um filho com uma ex-amante em 1980.

Collor iniciou sua carreira na política na ARENA, partido de apoio à ditadura. Em 1979, ele foi nomeado prefeito de Maceió, cargo que rejeitou em 1982 por ter sido eleito deputado federal pelo PDS. Mais tarde, Collor se filiou ao PMDB e foi eleito governador de Alagoas em 1986.

Durante seu mandato como governador, Collor ficou conhecido como “Caçador de Marajás” por combater o pagamento de salários altos e desproporcionais a funcionários públicos. Assim, ele ficou famoso nacionalmente e passou a ser a alternativa conservadora das eleições de 1989, que trazia Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola como nomes de esquerda preferidos do eleitorado.

Dessa forma, ele renunciou do seu mandato de governador para se dedicar a campanha. Collor foi apoiado pela TV Globo e utilizou da queda do Muro de Berlim para criticar Lula, associando-o com o comunismo. Assim, ele foi eleito o 32º presidente do Brasil em 1989.

Principais características do Governo Collor

O governo de Collor foi marcado por iniciativas que buscavam melhorar a economia do país após a ditadura militar. Dessa forma, as principais características da Era Collor são ligadas a economia.

Antes da eleição, a inflação, ou seja, o aumento dos preços, chegou a 1.972,91%. Então, para diminuir a inflação foi criado o Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor. Mesmo que fosse encarado como uma única iniciativa, o Plano Collor incluía três reformas econômicas para serem realizados durante seu mandato.

A principal medida do Plano Collor I foi a substituição da unidade monetário do cruzado novo para o cruzeiro. Além disso, o plano também incluiu o congelamento de preços e salários, a eliminação de incentivos fiscais, o aumento dos preços de serviços básicos (energia, gás, etc) e a criação de um novo imposto.

Outra medida tomada foi o congelamento de todos os depósitos bancários que ultrapassassem 50 mil cruzeiros por 18 meses. O objetivo dessa ação era diminuir a quantidade de moeda em circulação por meio do confisco. No entanto, mesmo aprovado no Congresso, esse congelamento foi inconstitucional e não foi eficiente.

Já o Plano Collor II focava em novos congelamentos de preços e na substituição de taxas de juros em novas formas de cálculo. Assim, a inflação foi reduzida por um tempo, mas voltou a crescer.

A última reforma econômica foi iniciada em janeiro de 1991 pelo ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira, ficando conhecida como Plano Marcílio. Ele agiu de forma mais gradual, equilibrando altas taxas de juros e uma política fiscal limitante, sem congelamento de preços. O plano foi interrompido após o início do processo de impeachment de Collor e a inflação voltou a crescer.

Impeachment de Collor

No começo de 1991, diversas denúncias de irregularidades envolvendo pessoas próximas a Collor, como ministros e a primeira-dama Rosane, surgiram na imprensa. Em 1992, próprio irmão do presidente, Pedro Collor, afirmou em uma entrevista à Revista Veja que o ex-tesoureiro de campanha, Paulo Campos Farias, servia de fachada para negócios corruptos de Collor.

Assim, Collor e Paulo Campos Farias, conhecido como PC Farias, passaram a ser investigados por corrupção. Nesse momento, surgiu o movimento dos Caras-pintadas, em que estudantes pintavam seus rostos para pedir o impeachment (impedimento) de Collor.

Influenciados por esse movimento, os deputados aprovaram a abertura de um processo de impeachment de Collor, em 2 de outubro de 1992. Afastado da presidência por causa do processo, Collor renunciou o cargo no dia 29 de dezembro, antes de ser condenado. Seu vice, Itamar Franco, assumiu a presidência.

Curiosidades

  • Em 1995, Collor foi inocentado pelo Superior Tribunal Federal (STF) por falta de provas;
  • Mais tarde, em 2007, Collor lançou o livro Resgate da História — A verdade sobre o processo do impeachment, questionando a legalidade do processo;
  • Ele foi eleito senador por Alagoas em 2007, cargo que ocupa até a atualidade;
  • Como senador, Collor votou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016;
  • Collor foi o presidente mais novo das Américas a assumir o cargo, já que ele tinha 47 anos quando foi eleito em 1989.

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