Governo Jânio Quadros
Jânio Quadros foi um presidente famoso por prometer varrer à corrupção e por renunciar após sete meses no cargo.
Ele se destacou na carreira política pela promessa de varrer a corrupção, adotando a vassoura como símbolo. Durante seu mandato, ele adotou medidas polêmicas, o que levou a renunciar o cargo.
Além de presidente, Jânio Quadros atuou como vereador, prefeito, deputado estadual e governador de São Paulo e deputado federal pelo Paraná. Na presidência, seu antecessor foi Juscelino Kubitschek e seus sucessores foram Ranieri Mazzilli, por apenas 13 dias, e João Goulart.
Biografia de Jânio Quadros
Jânio Quadros nasceu em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, no dia 25 de janeiro de 1917. No entanto, ele foi criado em Curitiba e mudou-se para São Paulo na sua juventude. Ele se formou em Direito pela Universidade de São Paulo, atuando como advogado e também como professor.
Em 1947, Jânio Quadros foi eleito como suplente de vereador na cidade de São Paulo, chegando ao cargo em 1948. Ele ficou conhecido por assinar projetos favoráveis à classe trabalhadora. Assim, nas eleições seguintes, Jânio Quadros foi o deputado estadual mais votado para o mandato de 1951 até 1953.
Em seguida, ele foi eleito prefeito da cidade de São Paulo, exercendo o cargo entre 1953 e 1955. Enquanto ainda era prefeito, Jânio Quadros lançou sua candidatura a governador do estado de São Paulo, sendo eleito para a gestão entre 1955 e 1959.
Durante seu mandato como governador, Jânio procurou executar ações de combate à corrupção e realizar grandes obras, como a criação do Complexo Penitenciário do Carandiru. Em 1958, ele foi eleito deputado federal pelo Paraná, mas não participou de nenhuma sessão por estar no exterior.
Quando retornou da viagem, Jânio Quadros passou a se preparar para a candidatura à presidência, lançando a campanha com a frase central “varre, varre vassourinha, varre a corrupção“. Sendo assim, ele passou a ser associado à luta contra a corrupção por meio do símbolo da vassoura.
Através desse discurso populista, que agradava a população brasileira da época, Jânio Quadros foi eleito o 22º presidente do Brasil, assumindo o mandato no dia 31 de janeiro de 1961. O vice-presidente (votado separadamente na época) eleito foi João Goulart, que não fazia parte da chapa de Jânio.
Características do Governo Jânio Quadros
Jânio Quadros entrou para a história como um presidente com problemas de comunicação e sem posicionamento político nítido. Dessa forma, Jânio tomou medidas polêmicas que reduziram sua popularidade com a população e que fizeram com que ele perdesse apoio político.
Na economia, o Brasil enfrentava uma crise financeira causada por uma alta taxa de inflação e pelo crescimento da dívida externa. Por causa disso, Jânio Quadros priorizou medidas rigorosas, como o congelamento de salários e a restrição de crédito.
Jânio conseguiu ser ainda mais polêmico nas decisões ligadas a política externa. No contexto político mundial, estava acontecendo a Guerra Fria, um conflito ideológico entre os Estados Unidos e a União Soviética.
Historicamente, o Brasil estava mais próximo ao capitalismo americano do que do comunismo soviético. No entanto, Jânio Quadros restabeleceu relações com a União Soviética e a China e criticou a interferência dos Estados Unidos na situação de Cuba.
Além dessas grandes medidas, Jânio Quadros também tomou decisões menores que impactaram o seu governo. Entre elas, ele ofereceu condecorações a Che Guevara, importante guerrilheiro da Revolução Cubana, e a Yuri Gagarin, astronauta soviético que foi o primeiro homem a viajar pelo espaço.
Tudo isso fez com que Jânio Quadros recebesse duras críticas do seu partido, a União Democrática Nacional (UDN), das elites conservadoras e dos militares, além de desagradar o governo dos Estados Unidos.
Durante o mandato, Jânio também proibiu o uso de biquínis em desfiles, a realização de rinhas de galo, proibiu o uso de lança-perfume e limitou corridas de cavalos aos finais de semana, o que aumentou sua impopularidade com a população.
Fim do Governo Jânio Quadros
Após sete meses de mandato, o presidente Jânio Quadros estava isolado politicamente por não ter apoio do Congresso. Assim, ele apresentou sua renúncia à presidência no dia 25 de agosto de 1961 por meio de uma carta.
Alguns historiadores estudam que a renúncia de Jânio Quadros foi uma tentativa de autogolpe, em que o povo não aceitaria a renúncia e ele poderia voltar com amplos poderes políticos, sem a presença de um Congresso. No entanto, isso não aconteceu.
Como o vice-presidente João Goulart estava em uma viagem à China, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o cargo por treze dias. João Goulart enfrentou muita resistência dos militares, que não aceitavam seu mandato, o que deu início a uma crise política no Brasil que levou ao golpe militar.
Durante a ditadura, Jânio Quadros teve seus direitos políticos restringidos, junto aos ex-presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart. Com o fim do regime militar, ele recebeu o cargo de prefeito de São Paulo pela segunda vez, para mandato entre 1986 e 1988.
Jânio se aposentou da política em 1989 e sua esposa, Eloá do Vale, faleceu em 1990. Após a morte da esposa, o estado de saúde dele piorou. Assim, Jânio Quadros faleceu no dia 16 de fevereiro de 1992, aos 75 anos de idade.
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