Era Napoleônica
A Era Napoleônica foi marcada pela presença de Napoleão Bonaparte no comando da França.
Napoleão Bonaparte ascendeu ao poder em 1799, por meio do golpe do 18 de Brumário, e deixou de comandar a França em 1815, após a derrota de seu exército na Batalha de Waterloo (atual Bélgica).
Seu governo foi visto como a garantia de que os ideais difundidos pela Revolução Francesa seriam seguidos.
Sendo assim, a Era Napoleônica correspondeu ao período em que Napoleão Bonaparte governou a França, entre os anos de 1799 e 1815.
Antecedentes
Após o período conhecido como Terror, em que os jacobinos prendiam e matavam toda e qualquer pessoa que se manifestasse de forma contrário ao governo, a burguesia passa a ver em Napoleão Bonaparte – um militar que havia conquistado expressivas vitórias à França – uma possível solução para os problemas sociais do país.
A França, que estava sob o comando dos jacobinos, passou a enfrentar pressões dos outros países europeus que temiam que os ideais revolucionários se difundissem por todo o continente.
O assassinato do rei francês, Luís XVI, causou grande comoção entre as monarquias europeias que se uniram para conter os revolucionários, criando a Primeira Coligação Antifrancesa e tempos depois, a Segunda Coligação Antifrancesa.
Sendo assim, é nesse contexto que Bonaparte passa a ser visto – pela burguesia – como um herói capaz de organizar e liderar o país.
Fases da Era Napoleônica
- Consulado (1799-1804)
- Império Napoleônico (1804-1815)
- Governo dos Cem Dias (20/03/1815 a 08/07/1815)
Consulado
Após o golpe do 18 de Brumário, organizado pela burguesia e efetuado por Napoleão Bonaparte, o objetivo era manter as conquistas obtidas durante a Revolução Francesa e impedir uma possível guerra contra os países contrários aos princípios da revolução.
O Consulado foi instituído no lugar do Diretório e Bonaparte se tornou o primeiro –cônsul da França, com poderes absolutos.
Junto com os outros cônsules, Ducos e Sieyès, elaboram uma nova Constituição que estabelecia que Bonaparte ocuparia o cargo de primeiro-cônsul nos próximos dez anos. Além disso, o texto constitucional dava à ele poderes ditatoriais.
A justificativa de tais ações se concentrava na ideia de que a França precisava ser protegida de ameaças externas.
A partir de então, inicia-se a Era Napoleônica ou ditadura de Napoleão Bonaparte.
Império Napoleônico
Em 1804, Bonaparte promulga uma nova Constituição que determinava a instauração da monarquia. Inaugurava-se, portanto, o Império Francês.
Em seguida, Napoleão recebe o título de Napoleão I, o Imperador Francês. Sua coroação ocorreu na catedral de Notre-Dame, como forma de demonstrar a aliança com a Igreja Católica.
Código Civil Napoleônico
O Código Civil Napoleônico é institucionalizado em 1804. Seu papel fundamental era legitimar as mudanças provocadas pela Revolução Francesa.
Uma parte considerável deste Código ainda vigora na França, sendo uma das contribuições mais expressivas e duradouras de Bonaparte à história.
O documento determinava:
- O direito à propriedade;
- A separação da Igreja e o Estado;
- A igualdade perante a lei;
- Legitimava a reforma agrária;
- Anulava os privilégios feudais.
No entanto, não garantia o direito a greves e organizações de trabalhadores, além de não conceder direitos ao trabalhador assalariado.
Guerras Napoleônicas
A Era Napoleônica focou, basicamente, no expansionismo. Tal fato amedrontou diversas nações europeias que temiam que a França invadisse seu país.
Com isso, tais nações formaram alianças contra a França para combatê-la nas Guerras Napoleônicas. Algumas ocorreram antes de Bonaparte se tornar imperador.
Vejamos os nomes de alguns desses conflitos:
- Batalha de Marengo (1800)
- Batalha de Ulm (1805)
- Batalha de Austerlitz (1805)
- Batalha de Trafalgar (1805)
- Batalha de Iena (1806)
- Batalha de Eylau (1807)
- Batalha de Friedland (1807)
Em 1806, Bonaparte cria a Confederação do Reno e se proclama como o protetor da maioria dos estados alemães.
Em 1807, a França e a Rússia firmam um acordo que determina o fim da Quarta Coligação europeia que tinha como principal objetivo, guerrear contra a França.
Napoleão Bonaparte se torna o grande Imperador da Europa, assumindo responsabilidades em vários territórios.
As guerras causaram grandes prejuízos aos cofres franceses. Para controlar a crise, foi criado o Banco da França que tinha a função de controlar a emissão de dinheiro e assim, diminuir a inflação.
Bloqueio Continental
Inicialmente, as vitórias de Napoleão não afetaram o comércio inglês. No entanto, a França passa a desejar os mercados consumidores europeus que estavam sob o domínio inglês.
Visando enfraquecer a economia da Inglaterra, Bonaparte impõe o Bloqueio Continental (1806) que proibia os países europeus (dominados pelos franceses) de comprar mercadorias britânicas.
No entanto, a Inglaterra comercializava com os países americanos, inviabilizando que eles comprassem produtos franceses.
Como os países europeus ansiavam por comprar mercadorias inglesas, em 1809, eles rompem com os acordos comerciais e formam a Quinta Coligação.
Após invadir a Rússia e perder o conflito em razão do frio, é formada a Sexta Coligação contra os franceses, em 1813.
No mesmo ano, o exército francês é derrotado na Batalha de Leipzig e Bonaparte se exila na Ilha de Elba. Em 1814, os exércitos da Sexta Coligação tomam Paris e a monarquia retoma o controle da nação.
Governo dos Cem Dias (1815)
Napoleão, apoiado por mil homens, deixa a Ilha de Elba e parte rumo a Paris. Chegando lá, o exército da monarquia se recusa a prender Bonaparte.
Apoiado pelas tropas francesas, Napoleão retoma o poder e inicia o governo dos Cem Dias. O então rei francês, Luís XVIII se refugia na Bélgica.
Batalha de Waterloo
O retorno de Bonaparte ao poder, assusta os austríacos. Com isso, é formada a Sétima Coligação, liderada pelos exércitos da Prússia e Inglaterra.
O exército de Bonaparte e a Sétima Coligação guerreiam na Batalha de Waterloo que dura apenas um dia. Os franceses saem derrotados e Bonaparte é exilado na Ilha de Santa Helena, África. Em 1821, ele falece.
Congresso de Viena
A Batalha de Waterloo marcou o fim da Era Napoleônica. Após o conflito, os países europeus se reuniram no Congresso de Viena para redesenhar o mapa político da Europa.
Além de redistribuir os territórios que antes pertenciam à França às nações vencedoras, discutiram sobre a postura da monarquia em uma Europa pós-Napoleônica. Compreenderam que as Coroas precisavam de readequações, com mais direitos sociais e políticos.
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