Governo Emílio Garrastazu Médici

Emílio Garrastazu Médici ocupou o posto de presidente do Brasil durante a Ditadura Militar. Seu governo foi marcado por uma violenta repressão aos opositores ao regime. 

Emílio Garrastazu Médici foi o segundo presidente do Brasil após o golpe militar de 1964. Comandou o país de 1969 a 1974, marcando o período mais violento e repressivo da história brasileira.

Biografia de Emílio Garrastazu Médici

Emílio Garrastazu Médici nasceu em 1905 no estado do Rio Grande do Sul. Apoiou Getúlio Vargas no movimento político de 1930 e lutou ao lado do governo na Revolução Constitucionalista de 1932 e apoiou o golpe militar de 1964.

De 1964 a 1966, se tornou adido militar em Washington e em 1967, comandou o Serviço Nacional de Informações (SNI). Em 1969 foi indicado pelo Alto Comando do Exército para ocupar o posto de presidente do Brasil.

Características governo Médici

O governo Médici marcou o auge da violência, repressão e autoritarismo da ditadura militar no Brasil.

Qualquer indivíduo suspeito de subversão podia ser preso, torturado e morto sem que ninguém soubesse do seu paradeiro e sem que nenhum âmbito jurídico fosse consultado.

Professores, advogados, jornalistas, artistas, militares, religiosos e estudantes contrários ao regime foram duramente perseguidos.

O Serviço Nacional de Informação (SNI) e o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) eram órgãos de repressão que, durante esse período, foram aperfeiçoados.

Espancamentos, choques elétricos, afogamentos e outras formas de tortura, incluindo as psicológicas, foram práticas constantes desses órgãos federais.

O aumento da repressão provocou o aumento da resistência ao regime, através de protestos de rua, peças teatrais, abaixo-assinados, festivais, composições.

Uma parte considerada pequena da oposição, organizou movimentos de guerrilha e enfrentou de frente o governo.

A luta armada guerrilheira foi liderada por Carlos Marighella e o ex-capitão Carlos Lamarca. Assaltavam bancos, sequestravam diplomatas estrangeiros, para conseguir financiar a guerrilha e para libertar os companheiros presos.

Durante o governo Médici, um grupo de cerca de 69 pessoas membros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), fixaram-se no Araguaia, em uma região conhecida como Bico do Papagaio (entre os estados do Pará, Maranhão e Tocantins).

O governo Médici reagiu e enviou tropas para a região que eliminaram os rastros da guerrilha. No final do governo, a guerrilha já tinha se desintegrado, com seus integrantes presos, mortos ou exilados.

A propaganda de massa foi uma ferramenta muito utilizada para a manutenção do governo. Além disso, a conquista do tricampeonato brasileiro na Copa do Mundo de 1970, foi vista como uma vitória do governo Médici.

O crescimento econômico foi outro fator que contribuiu para que parte da população o apoiasse. Chamado de “milagre econômico”, caracterizou-se pela:

  • Diminuição das taxas de inflação;
  • Crescimento da economia (cerca de 11% ao ano);
  • O comércio exterior mais que triplicou.

O salto econômico deveu-se a fatores interno e externos. O cenário externo era favorável, pois a economia de outros países também se encontravam em uma conjuntura positiva.

No plano interno, o governo buscou atrair investidores estrangeiros, facilitando a implantação de suas indústrias em solo brasileiro e comprimindo os salários dos trabalhadores, o que diminuía o custo da mão de obra.

Além disso, o governo Médici conseguiu equilibrar as contas públicas. Foi desse modo que a indústria encarou um extraordinário crescimento, principalmente as que produziam bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos.

O crescimento da economia possibilitou um grande investimento em obras públicas, como a Hidrelétrica de Itaipu, a Ponto Rio-Niterói e as usinas nucleares.

Fim do governo Médici

O fim do governo Emílio Garrastazu Médici foi marcado por sinais que demonstravam o esgotamento do “milagre econômico”.

A Guerra Árabe-Israelense ocorrida em 1973, provocou um aumento considerável do valor do barril do petróleo, o que abalou profundamente a economia brasileira, pois cerca de 80% do petróleo que o país consumia era importado.

Para conseguir pagar o petróleo, o país gastava grande parte dos rendimentos obtidos com as exportações.

Os baixos salários não permitiam que a população consumisse os bens produzidos pelas indústrias que aqui se instalaram.

O Produto Interno Bruto (PIB) começou a cair e a inflação voltou a crescer. A dívida externa e o aprofundamento das desigualdades sociais começaram a crescer.

Mesmo ocupando a décima posição de potência capitalista do mundo, o país ainda mantinha uma alta concentração de renda, o que deixava os indicadores sociais em um patamar bastante inferior.

Assim, o mandato de Médici acabou em 1974, momento marcado pela ascensão do general Ernesto Geisel ao poder.

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