Civilização Egípcia

O Egito Antigo foi uma civilização que existiu por 3 mil anos e que construiu um grande Império com períodos de sucesso e dificuldades na sua história.

A civilização egípcia foi uma das sociedades mais importantes da antiguidade. A civilização estava localizada próxima ao Oriente Médio, no norte da África, concentrada ao longo do rio Nilo. Atualmente, o país moderno Egito fica nessa região.

Também conhecida como Egito Antigo, a civilização egípcia existiu por aproximadamente 3 mil anos, iniciando por volta de 3.100 a.C e sendo derrotada em 30 a.C. Nesse período, foram desenvolvidas práticas religiosas, políticas e artísticas muito peculiares.

Além disso, antigos egípcios também desenvolveram técnicas de extração mineira, topografia, construção, sistema matemático, medicina, sistemas de irrigação, técnicas de produção agrícola, navios, vidro e literatura. O primeiro tratado de paz do mundo, conhecido como Tratado de Cadexe, também foi feito no Egito Antigo.

História do Egito Antigo

Os três mil anos da existência da civilização egípcia podem ser divididos em três momentos imperiais de estabilidade política e períodos intermediários entre eles.

Período pré-dinástico e Época Tinita

Durante o período pré-dinástico, diversas mudanças climáticas aconteceram no norte da África, causando secas extremas e desertificação. Essas mudanças fizerem com que diversos povos se agrupassem na região do rio Nilo.

Os povos se fixaram nessa região e começaram a desenvolver atividades como pecuária, agricultura e tecelagem, além do comércio. Esses povos formaram os reinos do Alto e Baixo Egito, sendo governados pelos primeiros faraós. A situação permaneceu a mesma até o 3.100 a.C., quando os dois reinos foram unificados pelo faraó Narmer.

A unificação iniciou o período que é conhecido como Época Tinita, em referência a Tinis, capital do Egito. Três dinastias governaram entre 3.100 e 2.686 a.C. No final desse período, os conflitos entre norte e sul chegaram ao fim e o poder dos faraós foi fortalecido, dando início ao Império egípcio.

Império Antigo

O Império Antigo foi de 2.686 até 2.181 a.C. Esse período também é conhecido como a Era das Pirâmides, já que nesse momento foram construídas diversas pirâmides, incluindo as famosas Pirâmides de Gizé, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Além disso, a unificação foi concluída e a capital do Egito foi transferida para Mênfis.

As Pirâmides de Gizé, construídas por volta de 2.500 a.C.

A produtividade da agricultura foi aumentada devido ao desenvolvimento de técnicas de irrigação. Isso fez com que a economia se tornasse mais estável, o que possibilitou o incentivo às artes. No entanto, o poder econômico do faraó diminuiu durante o Império Antigo e várias secas causaram o Primeiro Período Intermediário.

Primeiro Período Intermediária

Esse período intermediário prevaleceu por 140 anos, momento em que secas extremas causaram uma crise no poder do faraó. Com o enfraquecimento do governo central, os governadores regionais começaram a lutar por recursos. A fome e a escassez de bens levavam à pequenas guerras civis até Mentoutepe II dominar o Baixo Egito e reunificar o Império.

Império Médio

Durante esse período, o Egito Antigo voltou a ter estabilidade econômica e política. A irrigação para a agricultura foi melhorada e a Núbia, uma região rica em pedreiras e minas de ouro, foi conquistada. Além disso, a religião e arte também prosperaram no Império Médio.

Contudo, um dos últimos faraós permitiu que colonos asiáticos passassem a trabalhar no Egito nos ramos de construção e mineração. Esses projetos ousados associados a uma cheia do rio Nilo fragilizaram a economia egípcia, permitindo que os colonos asiáticos, especialmente os hicsos, ganhassem poder.

Segundo Período Intermediário

No Segundo Período Intermediário, os hicsos tomaram o poder, passando a imitar o modelo de governo egípcio e se apresentando como faraós. Eles se uniram aos cuxitas e os reis egípcios ficaram restritos a cidade de Tebas, onde conseguiram reunir forças para um conflito de 30 anos. Após essa guerra, os hicsos foram expulsos do Egito Antigo.

Império Novo

Esse período durou aproximadamente 500 anos, indo de 1.550 a 1.069 a.C. Os faraós do Império Novo conseguiram fortalecer as fronteiras e laços diplomáticos com os reinos vizinhos. Além disso, o poder militar se tornou uma prioridade, o que fez com que o Egito Antigo alcançasse a sua maior extensão territorial.

Mapa do Egito durante a expansão do Império Novo.

O primeiro tratado de paz conhecido, o Tratado de Cadexe, foi feito no Império Novo. No entanto, a instabilidade na política interna diminuiu o poder dos faraós e levou ao fim do Império na civilização egípcia.

Terceiro Período Intermediário

Assim como nos outros períodos intermediários, os faraós também perderam o poder e governos regionais surgiram pela nação. Nesse período, os sacerdotes dominaram o Baixo Egito e líderes líbios tomaram controle do Delta Ocidental do rio Nilo. Os cuxitas e os assírios também invadiram o Egito nessa época.

Época Baixa

Após a dominação dos assírios, o governo continuou com os reis de uma dinastia egípcia. Contudo, persas conquistaram a região e estabeleceram um administrador persa também, fazendo com que o Egito Antigo não  voltasse a se estabelecer como Império. A influência grega na nação também aumentou, o que fez com que o Egito fosse entregue facilmente a Alexandre, o Grande, em 332 a.C.

Reino Ptolomaico

Nesse período, o Egito Antigo estava sob dominação grega. No entanto, os gregos enviaram Ptolomeus para governar de acordo com o modelo egípcio. Os Ptolomeus passaram a ser reconhecidos como faraós e tradições das duas culturas se fundiram.

A última governante da dinastia ptolemaica foi a faraó Cleópatra, derrotada pelo Otaviano, que viria a ser o Imperador Augusto, de Roma. Assim, o Egito passou a ser dominado por romanos, bizantinos, árabes, franceses, turcos, albaneses e ingleses.

Curiosidades

  • O rio Nilo permitiu o desenvolvimento da civilização egípcia, já que é uma fonte de água no meio do deserto, possibilitando atividades como pesca, agricultura e criação de animais, além de transporte de mercadorias;
  • A agricultura praticada nas margens do rio Nilo foi o que levou ao desenvolvimento econômico do Egito Antigo;
  • Não existia propriedade privada no Egito Antigo, então a terra pertencia a comunidade e os camponeses deviam dar parte da sua produção aos faraós em troca do direito de utilizar as terras;
  • A sociedade egípcia era estratificada, ou seja, composta por classes sociais bem divididas e com baixa possibilidade de mobilidade social;
  • A religião egípcia antiga era politeísta, com vários deuses que representeavam elementos diversos;
  • A religião influenciava a política, de modo que o faraó era considerado filho de Rá, o deus do Sol, fazendo com que a forma de governo fosse uma monarquia teocrática;
  • Os egípcios acreditavam em vida após a morte, em que a pessoa tinha o coração pesado assim que morria para determinar se seria destinada a boa vida ou à escuridão;
  • Por causa dessa crença, os egípcios desenvolveram a mumificação, já que, caso a pessoa fosse uma boa alma, ela retornaria para buscar o corpo preservado para a vida eterna;
  • Na medicina, os egípcios foram os primeiros a afirmar que doenças ocorrem por causas naturais e a desenvolver remédios para combatê-las;
  • A escrita egípcia era feita com hieróglifos, que consistem em um conjunto de aproximadamente 500 símbolos, que variam entre animais, pessoas, plantas, partes do corpo e utensílios.
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