Era Vargas
A Era Vargas foi o período da história do Brasil em que o país foi comandado por Getúlio Vargas.
A Era Vargas foi o período da história do Brasil que compreende os anos de 1930 a 1945. Essa fase é marcada pela figura de Getúlio Vargas que governou o país de forma contínua por 15 anos.
A Era Vargas é dividida em três períodos:
- Governo Provisório (1930-1934)
- Governo Constitucional (1934-1937)
- Estado Novo (1937-1945)
Governo Provisório (1930-1934)
O Governo Provisório teve seu início a partir da Revolução de 1930, movimento que marcou o fim da Política do Café com Leite.
Getúlio Vargas ascendeu ao poder por meio de um golpe de Estado apoiado por setores do exército e parte dos políticos.
As primeiras ações do Governo Provisório foram o fechamento do Senado e do Congresso, suspensão da Constituição de 1891 e deposição dos governadores.
Assim que tomou o poder, Vargas se comprometeu a realizar novas eleições diretas, contudo, ele adiou tal medida.
Esse período foi marcado pela criação do Ministério da Educação e Saúde e do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
Os tenentes ocuparam os principais postos do seu governo, se tornando os intendentes (governadores) estaduais.
Esse período foi marcado pela Revolução Constitucionalista de 1932, ocorrida em São Paulo. O objetivo da revolta era a realização de eleições presidenciais e a elaboração de uma nova Constituição. O resultado do conflito contou com a vitória do exército nacional.
Em 1934 é promulgada uma nova Constituição que elegeu Getúlio Vargas para a presidência. Inicia-se, portanto, o Governo Constitucional.
Governo Constitucional (1934-1937)
O Governo Constitucional durou de 1934 a 1937, tendo seu início a partir da promulgação da Constituição de 1934, que estabelecia que o primeiro presidente do país seria escolhido por meio do voto indireto.
Sendo assim, Getúlio Vargas foi eleito presidente do Brasil pela Assembleia Constituinte. Essa fase foi marcada pela:
- Ascensão de dois movimentos políticos, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reunia setores da esquerda e liberais e a Ação Integralista Brasileira (AIB), com um caráter conservador e de extrema-direita;
- Radicalização política;
- Fortalecimento de Vargas;
- As principais características da Constituição de 1934 foram;
- Obrigatoriedade do ensino primário e gratuito;
- Manutenção do federalismo;
- Incorporação do voto feminino;
- Independência dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário);
- Estatização dos recursos minerais e hídricos;
- Obrigatoriedade do serviço militar.
De acordo com a Constituição do período, o mandato de Getúlio Vargas duraria até 1938, ano em que ocorreriam novas eleições presidenciais por meio voto direto.
Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora tentou promover um golpe de Estado contra o governo de Getúlio Vargas. Esse movimento recebeu o nome de Intentona Comunista.
Depois de desarticulado, os membros da ANL foram perseguidos e alguns, mortos.
Em 1937, o governo de Vargas divulga o Plano Cohen, um suposto plano comunista que tinha como objetivo, tomar o poder.
De acordo com o documento, os comunistas planejavam assassinar vários políticos e controlar o Estado. Nesse sentido, o Plano Cohen foi usado para comprovar a exposição do país a uma “ameaça comunista”.
Tal “descoberta” foi feita no período que antecedia as eleições presidenciais. Assim, com a justificativa de salvar o país da “ameaça vermelha”, Vargas fecha o Congresso e promulga um nova Constituição que marcaria o início do Estado Novo, em 1937.
Tempos depois foi descoberto que o Plano Cohen jamais existiu, sendo uma invenção dos apoiadores de Vargas que desejavam que ele se mantivesse no poder.
Estado Novo (1937-1945)
O golpe do Estado Novo, também conhecido como golpe de 1937, foi causado, principalmente, pela divulgação do Plano Cohen.
A partir da invenção desse documento, o governo passou a endurecer suas ações frente aos seus opositores.
De acordo com o governo, o Plano Cohen reunia um plano para o sequestro e assassinato de figuras públicas, manifestações, depredações e greves.
A invenção do documento se deveu às determinações da Constituição de 1934 que apontava que as próximas eleições presidenciais deveriam ocorrer por meio do voto direto, em 1938.
Como Vargas e seus apoiadores não desejavam que ele saísse do poder, o Plano Cohen foi inventado.
Em novembro de 1937, o Diário Oficial da União publica a Constituição de 1937, a nova Carta Magna que regeria o país e legitimava a manutenção de Vargas na presidência.
Vejamos as principais características do Estado Novo:
- Industrialização;
- Diversificação da agricultura;
- Valorização do trabalho;
- Controle dos sindicatos;
- Criação da Justiça do Trabalho e das leis trabalhistas (CLT);
- Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP);
- Censura;
- Eclosão do rádio;
- Padronização do ensino público em todo o país;
- Ampliação do acesso à educação;
- Investimento no cinema nacional.
Fim do Estado Novo
O fim do Estado Novo ocorreu com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A partir de então, os setores opositores ao Estado Novo passam a combater o regime ditatorial abertamente.
A posição do país contra a Alemanha nazista se mostrou contraditória, já que o país vivia uma ditadura repleta de censura e repressão.
Assim, em 1944, a pressão da sociedade aumentou junto com a insatisfação de parte das Forças Armadas.
Havia uma parte expressiva da classe trabalhadora que ansiava pela permanência de Vargas no poder. Com isso, foi criado um movimento chamado de Queremismo, que tinha como lema “Queremos Getúlio”.
Receosos com a popularidade de Vargas, civis e militares resolvem tirá-lo do poder. Sendo assim, em outubro de 1945, tropas comandadas pelo general Góis Monteiro, obrigam Getúlio Vargas a renunciar.
O Estado Novo chegava ao fim.
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