Governo Delfim Moreira
Delfim Moreira foi o décimo presidente do Brasil, entre 1918 e 1919, com um curto governo marcado por problemas sociais.
Biografia de Delfim Moreira
Filho de um português e de uma descendente de famílias brasileiras tradicionais, Delfim Moreira da Costa Ribeiro nasceu em Cristina, no interior de Minas Gerais, no dia 7 de novembro de 1868. Ele estudou Direito na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se aos 22 anos de idade.
Na política, Delfim fazia parte de uma geração de republicanos históricos, ou seja, que defendiam a república antes da proclamação de fato, ainda durante o Segundo Reinado. Em sua carreira, ele foi deputado estadual, secretário do interior e governador, com todos esses cargos sendo exercidos em Minas Gerais.
Delfim era o candidato à vice-presidência da chapa de Rodrigues Alves nas eleições de 1918. No entanto, Rodrigues Alves faleceu antes de assumir ao cargo. Dessa forma, Delfim Moreira se tornou o 10º presidente do Brasil, até que novas eleições fossem realizadas, como determinava a Constituição.
Após as eleições, Delfim voltou ao cargo de vice-presidente, mas faleceu quase um ano depois, no dia 1º de julho de 1920, aos 51 anos de idade.
Características do Governo Delfim Moreira
Mesmo com um curto mandato de oito meses, entre 15 de novembro de 1918 e 28 de julho de 1919, o governo de Delfim Moreira foi marcado por diversos problemas sociais.
Entre os problemas, estavam as greves trabalhistas, seguindo o que foi iniciado na Greve Geral de 1917, que aconteceu no governo de Venceslau Brás. A política adotada por Delfim Moreira foi a de continuar com a repressão, ao invés de atender os pedidos dos trabalhadores.
Outro conflito enfrentado durante o Governo Delfim Moreira foi a Chacina dos Nove ou Chacina do Duro, ocorrida em Goiás. O episódio foi iniciado por um desentendimento em uma questão de herança e causou a briga entre duas famílias tradicionais da região. A ação do Governo Federal consistiu no combate ao coronelismo para tentar centralizar o poder da República.
Ainda no governo de Delfim Moreira, a Primeira Guerra Mundial chegou definitivamente ao fim. Por estar do lado vencedor, o governo brasileiro enviou o senador Epitácio Pessoa para representar o país na Conferência de Paz, que resultou no Tratado de Versalhes.
Além disso, a reedição do Código Civil brasileiro e a organização da estrutura administrativa do Acre foram feitas na gestão de Delfim Moreira. No entanto, Delfim era conhecido como louco, por variar entre momentos de sanidade e de alteração da realidade. Dessa forma, quem assumia parte das funções presidenciais era o ministro de Viação e Obras Públicas, Afrânio de Melo Franco.
Fim do Governo Delfim Moreira
Em 1919, foi organizada uma nova eleição presidencial, já que o presidente eleito anteriormente havia falecido. Assim, Epitácio Pessoa foi eleito no dia 13 de abril de 1919, mas só assumiu em 28 de julho de 1919, quando retornou da Conferência de Paz realizada na França. Sendo assim, Delfim Moreira deixou o cargo de presidente e assumiu a vice-presidência, cargo para o qual ele havia sido eleito originalmente.
Veja também: