Governo João Goulart
João Goulart foi o presidente do Brasil que sofreu o golpe civil-militar de 1964.
João Goulart, também conhecido por Jango, foi o 24° presidente do Brasil, governando o país de 1961 a 1964.
Ascendeu ao posto presidencial após a renúncia de Jânio Quadros. Seu governo foi marcado pelas Reformas de Base que consistiam em mudanças estruturais na sociedade brasileira. No entanto, tais Reformas desagradavam a elite do país.
O mandato presidencial de Jango não pôde ser cumprido em razão das conspirações golpistas encabeçadas pelas elites, grupos militares, setores da Igreja Católica e parte dos civis.
Sendo assim, o governo de João Goulart acabou no mesmo dia que teve início o regime ditatorial, em abril de 1964.
Ele foi a última pessoa a ocupar a presidência do Brasil antes do golpe civil-militar de 1964.
Governo de João Goulart
João Goulart, que era vice-presidente, se tornou presidente do Brasil graças à renúncia de Jânio Quadros. No momento da renúncia do então presidente, ele realizava uma viagem diplomática à China.
Os políticos da União Democrática Nacional (UDN), não se conformavam que o então vice-presidente, simpatizante do socialismo e seguidor de Getúlio Vargas, ascendesse à presidência do Brasil. Com isso, os setores mais altos da sociedade se manifestaram contra a posse de João Goulart.
Ao mesmo tempo, membros de movimentos sociais e estudantis e alguns políticos, como Leonel Brizola, na época, governador do Rio Grande do Sul, concordavam com a posse de Jango.
Visando atender os anseios das elites e das camadas populares, o Congresso determina que João Goulart só assumiria a presidência caso aceitasse o parlamentarismo, um sistema de governo democrático em que o executivo e o legislativo se interligam. Jango concordou.
João Goulart presidente
Assim que tomou posse, João Goulart começou a organizar o retorno do presidencialismo. De acordo com a lei, este sistema de governo poderia voltar a partir da realização de um plebiscito em que a população escolheria o sistema de governo.
No início de 1963, os brasileiros votam pelo presidencialismo. Assim, João Goulart passa a comandar como chefe de governo, chefe de Estado e líder do poder executivo que age separadamente do legislativo e judiciário.
Como consequência, alguns setores do empresariado que ficaram descontentes com o resultado do plebiscito, diminuíram os investimentos na produção, fato que gerou um aumento no desemprego.
As obras públicas faziam com que o governo emitisse mais dinheiro, sendo assim, a queda da produção somada à emissão de dinheiro, resultou em uma alta da inflação. Além disso, os salários encolheram e a relação entre patrões e empregados, endureceu.
Reformas de Base
As Reformas de Base eram mudanças em setores estratégicos do país, como o agrário, educacional, político, administrativo e tributário.
Elas o aproximavam das camadas mais baixas ao mesmo tempo em que o distanciava das elites, contrárias à mobilidade social.
Os grandes empresários, parte do exército, do alto clero e da imprensa, não concordavam com a política de Jango. Com isso, estes setores passaram a investir em propagandas contrárias ao então governo.
Os movimentos sociais passaram a pressionar Jango exigindo a realização das Reformas. Já a oposição alegava que ele era integrante do comunismo internacional, além de ter perdido a autoridade.
Diante de tal bipolarização, João Goulart resolve se aproximar dos movimentos sociais. Em março de 1964, ocorre um comício liderado por ele em prol das Reformas de Base, no Rio de Janeiro.
Neste ato, ele assinou dois decretos, um que tornava públicas as refinarias de petróleo privadas e outro que estabelecia a reforma agrária em terras próximas às estradas federais.
Como resposta, no mesmo mês ocorre uma passeata em São Paulo liderada por autoridades civis e religiosas contra as Reformas de Base. Esta passeata foi chamada de Marcha da Família com Deus pela Liberdade.
Golpe militar de 1964
No dia 31 de março de 1964, tropas do Exército de Minas Gerais se deslocaram para o Rio de Janeiro. Com o apoio de alguns políticos, os militares realizam o golpe de Estado, destituindo João Goulart da presidência.
Em 2 de abril de 1964, o então presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli empossa na presidência, como presidente provisório. Contudo, quem comandava o país era uma junta militar formada por membros das Forças Armadas.
O golpe foi realizado com a justificativa de impedir que o país cedesse ao comunismo. Em maio do mesmo ano, Jango se exila no Uruguai.
Era o fim do breve período democrático vivido pelo país.
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