Governo Prudente de Morais
Prudente de Morais foi o terceiro presidente do Brasil, com um governo marcado por uma crise econômica e pela Guerra de Canudos.
Prudente de Morais assumiu a presidência no dia 15 de novembro de 1894, após o fim do governo de Floriano Peixoto, e permaneceu até o final do seu mandato, em 15 de novembro de 1898, quando Campos Sales foi eleito.
Dentro do período da História do Brasil classificado como República Velha, o Governo Prudente de Morais encerrou o período da República da Espada, em que os presidentes eram militares, e iniciou a República Oligárquica, também conhecida como República do Café com Leite.
Biografia
Prudente José de Morais e Barros nasceu em Itu, município do interior de São Paulo, no dia 4 de outubro de 1841. Com cerca de 22 anos, ele se formou na Faculdade de Direito de São Paulo, exercendo a profissão de advogado por dois anos. Em seguida, Prudente se casou com Adelaide Benvinda Gordo, com que tem nove filhos.
Durante o reinado de Dom Pedro II, Prudente de Morais foi um monarquista do Partido Liberal. Em 1864, ele se elegeu vereador de Piracicaba, cidade também do interior de São Paulo. Mais tarde, Prudente se afiliou ao Partido Republicano Paulista, passando a apoiar a república como forma de governo.
Ele também foi deputado provincial de São Paulo e deputado à Assembleia Geral do Império, defendendo temas como o republicanismo e a abolição da escravidão.
Após a Proclamação da República, ele foi nomeado, por Deodoro da Fonseca, chefe da junta governativa de São Paulo e, em seguida, governador da província. Prudente de Morais permaneceu nesse cargo até 1890, quando assumiu uma cadeira no Senado.
Ele chegou a ser vice-presidente do Senado e foi o presidente da Assembleia Constituinte, que formulou a Constituição de 1891. Prudente concorreu às eleições indiretas de 1891, mas foi derrotado por Deodoro da Fonseca.
Nas eleições seguintes, em 1894, realizadas por meio do voto direto, ele foi o vencedor. Prudente de Morais assumiu a presidência em 15 de novembro de 1894, tornando-se o 3º presidente do Brasil, além de ser o primeiro civil a ocupar o cargo e o primeiro presidente eleito pelo voto da população.
Prudente de Morais faleceu devido a uma tuberculose em 3 de dezembro de 1902, aos 61 anos.
Características do Governo Prudente de Morais
Durante o início de seu governo, Prudente de Morais enfrentou questões mal resolvidas dos governos anteriores. Ainda restavam apoiadores de Floriano Peixoto, que defendiam a volta dele ao governo, sendo oposição ao governo até a morte de Floriano. Além disso, ainda restavam monarquistas, que pediam a volta da Família Real.
A Revolução Federalista, uma guerra civil no Rio Grande do Sul, iniciada no Governo Floriano Peixoto, ainda estava em andamento. O conflito só foi encerrado em 1895, após uma violenta batalha que acelerou o acordo de paz.
Além disso, os problemas econômicos da Crise do Encilhamento, que estourou no Governo Deodoro da Fonseca, foram intensificados pelos gastos militares, o que aumentou a dívida externa. Para melhorar a economia, foi adotada uma política econômica de funding loan, em que a dívida externa foi renegociada.
Mesmo assim, o Governo Prudente de Morais enfrentou crise econômica e uma alta taxa de inflação. Ele também criou medidas para incentivar o crescimento da indústria, mas a população continuava insatisfeita por causa dos baixos salários.
Durante o governo de Prudente de Morais, também aconteceu a Guerra de Canudos, iniciada em novembro de 1896, na Bahia. A revolta foi liderada por Antônio Conselheiro, uma figura religiosa que falava contra medidas republicanas ligadas à religião, como a separação entre Igreja e Estado. Assim, a população foi classificada como monarquista.
Além dessas questões, o povo de Canudos também lutava por melhores condições de vida no Nordeste e contra os coronéis e o aumento de impostos. Durante três batalhas, o povoado resistiu, mas foi praticamente extinto pelo exército em março de 1897.
No mesmo período da Guerra de Canudos, Prudente de Morais se afastou da presidência por problemas de saúde, deixando o vice-presidente Manoel Vitorino em seu lugar. No entanto, Vitorino conspirava um golpe, o que fez Prudente retornar ao poder no dia 4 de março de 1897.
Um dia depois, enquanto recepcionava o Marechal Bittencourt em seu retorno da Guerra de Canudos, aconteceu uma tentativa de atentado ao presidente. O marechal conseguiu livrar Prudente de Morais do ataque, mas foi atingido por um golpe de espada e faleceu.
Fim do Governo Prudente de Morais
Mesmo com a crise econômica durante o governo, Prudente de Morais encerrou o mandato como um presidente popular. Ele transferiu o cargo para Campos Sales, em 15 de novembro de 1898, e retornou para o interior de São Paulo, onde voltou a trabalhar como advogado.
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