Governo Epitácio Pessoa
Epitácio Pessoa foi o 11º presidente do Brasil, entre 1919 e 1922, com um governo marcado por problemas sociais e pela primeira revolta tenentista.
Biografia de Epitácio Pessoa
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa nasceu em Umbuzeiro, município da Paraíba, no dia 23 de maio de 1865. Como seus pais morreram de varíola na sua infância, ele foi educado pelo tio Henrique de Lucena, conhecido como Barão de Lucena, governador de Pernambuco na época.
Aos 21 anos, Epitácio se formou em Direito na Faculdade de Direito do Recife. Com a Proclamação da República, ele foi nomeado secretário-geral da Paraíba e fez parte da Assembleia Constituinte, destacando como político e jurista com apenas 25 anos de idade.
No entanto, Epitácio Pessoa decidiu abandonar a política durante o governo de Floriano Peixoto por discordar do presidente. Então, ele foi para a Europa, onde se casou com Maria da Conceição de Manso Saião. Ele retornou para o Brasil apenas no mandato de Campos Sales, para elaborar o projeto do primeiro Código Civil.
Em seguida, ele foi simultaneamente ministro do Supremo Tribunal Federal e procurador-geral da República. Epitácio também foi senador pela Paraíba em 1912.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, ele foi escolhido como representante brasileiro na Conferência de Paz, que resultou no Tratado de Versalhes. Seu bom desempenho resultou no atendimento dos interesses do Brasil com o final da guerra.
Durante a Conferência em Paris, ele foi eleito presidente, vencendo o oponente Rui Barbosa sem nem sair da França. Assim, Epitácio Pessoa se tornou o 11º presidente do Brasil, sucedendo o vice-presidente Delfim Moreira, que havia assumido o cargo após a morte de Rodrigues Alves.
Após a presidência, ele foi ministro da Corte Permanente de Justiça Internacional e senador pela Paraíba até 1930. Após o assassinato de seu sobrinho João Pessoa, ele se afastou da vida política e começou a sofrer de Parkinson e problemas cardíacos. Epitácio Pessoa faleceu em 13 de janeiro de 1942, aos 76 anos de idade.
Características do Governo Epitácio Pessoa
Epitácio Pessoa foi mais um presidente eleito com apoio dos produtores de café no que é conhecido como política do café com leite. Sendo assim, seu governo deveria atender aos interesses das elites agrárias, mas acabou sendo marco por diversos problemas políticos e sociais.
Com o crescimento da indústria brasileira, foram contratados imigrantes europeus para trabalhar nas fábricas. Por isso, novas ideologias políticas, como o comunismo e o anarquismo, foram introduzidas no país, influenciando os movimentos trabalhistas. Para controlar os trabalhadores, o governo impediu a organização sindical e as greves.
A repressão do governo resultou na criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que tinha como objetivo defender os direitos dos trabalhadores. Todos esses conflitos políticos influenciaram também a produção artística no Brasil, fazendo com que os artistas organizassem um movimento que contestava a mentalidade do país. A primeira manifestação desse movimento foi a Semana de Arte Moderna, em 1922.
No entanto, a maior crise do governo de Epitácio Pessoas foi a revolta tenentista dos 18 do Forte, conhecida também como revolta do Forte de Copacabana, em julho de 1922. Essa revolta foi causada pela insatisfação tenentes e capitães do exército com o governo de Epitácio e com a posse de Artur Bernardes, presidente eleito.
O início da revolta foi a prisão do ex-presidente marechal Hermes da Fonseca, acusado de tumultuar a eleição, o que causou o motim no Forte de Copacabana. A rebelião foi violentamente reprimida pelo governo, mas foi o início de diversas revoltas tenentistas que resultaram na Revolução de 1930.
Além disso, Epitácio Pessoa inseriu uma política de controle de gastos, já que a dívida externa crescia devido a política de funding loan iniciada no governo de Prudente de Morais. Durante seu governo, foram construídas diversas barragens e poços no Nordeste para conter a seca na região e também várias ferrovias nessa região e no Sul do país.
Fim do Governo Epitácio Pessoa
O final do governo de Epitácio Pessoa foi marcado pela segunda crise política das oligarquias. Enquanto as oligarquias da Bahia, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro e do Pernambuco apoiavam a candidatura do ex-presidente Nilo Peçanha, as oligarquias de Minas Gerais e São Paulo apoiavam Artur Bernardes, que venceu as eleições.
Assim, Epitácio Pessoa deixou a presidência na data prevista para o fim do mandato, em 15 de novembro de 1922. Ele foi presidente por pouco mais de três anos, já que assumiu o cargo na metade de gestão.
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