União Soviética

A União Soviética foi um bloco comunista formado por 15 países que existiu durante 69 anos no século XX.

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, representada também pela sigla URSS, foi um Estado socialista formado por vários países que existiu entre 1922 e 1991. A URSS foi governada por um único partido, o Partido Comunista, e tinha a cidade de Moscou como capital.

Durante esse período, a União Soviética foi um símbolo do socialismo no mundo. Após a Segunda Guerra Mundial, a URSS se tornou uma das potências mundiais. Mais tarde, a URSS liderou o bloco comunista na Guerra Fria. A União Soviética chegou ao fim por causa um crise econômica e política.

História

Como surgiu a União Soviética

O surgimento da União Soviética está diretamente ligado a Revolução Russa de 1917. Esse movimento contribuiu para a ascensão dos bolcheviques ao poder, sob a liderança de Vladimir Lenin.  Na Rússia, os bolcheviques defendiam a implantação do socialismo e se reuniam em sovietes (conselhos), o que deu origem ao termo “soviético”.

Após a Guerra Civil Russa, que terminou com a vitória dos bolcheviques, a União Soviética foi criada, a partir da unificação das repúblicas soviéticas da Rússia, Ucrânia, Biolorrússia e Transcaucásia.

Dessa forma, Vladimir Lenin se tornou o primeiro governante da URSS, em 1922. A principal medida tomada por Lenin foi a implantação da Nova Política Econômica (NEP). Esse plano visou a reintrodução da economia de mercado para recuperar a economia destruída pela guerra civil e pela Primeira Guerra Mundial.

No entanto, Lenin morreu em 1924 por consequências de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido ainda em 1922. Assim, dois grandes nomes do Partido Comunista passaram a disputar pelo poder: Josef Stalin e Leon Trotsky, com Stalin prevalecendo nessa disputa.

O governo de Josef Stalin

Entre 1924 e 1953, a União Soviética teve Josef Stalin como Secretário-Geral. O governo de Stalin foi marcado pelo culto ao líder e pela perseguição de opositores, sendo considerado um regime totalitário.

Durante o seu governo, Stalin ordenou a prisão e execução de milhares de pessoas, além do envio de muitos presos para campos de trabalho forçado. No começo da década de 1930, ele coletivizou as fazendas soviéticas. Assim, os camponeses deviam entregar toda a sua produção ao Estado, o que levou a morte de milhões de pessoas por fome.

Na perseguição de inimigos políticos, Stalin expulsou Trotsky da URSS, em 1929, e ordenou a sua execução mesmo no exílio, em 1940. Até mesmo aliados do governo foram executadas por ordens de Stalin, como Nikolai Bukharin.

Stalin também investiu na industrialização da União Soviética por meio dos Planos Quinquenais, que determinavam os investimentos a serem feitos em cada área. Além disso, ele planificou a economia, ou seja, adotou um sistema econômico em que a produção é planejada e os meios de produção pertencem ao Estado.

Josef Stalin permaneceu no poder até sua morte, em 1953.

Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria

Durante o governo de Stalin, a União Soviética entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados (Estados Unidos, França, Reino Unido e China), após ser invadida pelo exército nazista de Adolf Hitler, em 1939. Mesmo tendo saído da guerra como vitoriosa, a URSS foi devastada, tendo cidades destruídas e uma grande perda de população.

No entanto, com o fim da Segunda Guerra, a União Soviética criou o Conselho para Assistência Econômica Mútua (COMECON) para auxiliar os países próximos a se reconstruírem. Além disso, essa iniciativa servia para manter os países sobre a influência da URSS e longe dos Estados Unidos, que oferecia o Plano Marshall.

Assim começou o período da Guerra Fria, um conflito não-armado de ordem política, econômica, tecnológica e, principalmente, ideológica entre capitalismo e comunismo. Esse período foi marcado pela corrida armamentista de armas nucleares, pela corrida espacial e por diversos conflitos indiretos, como a Guerra do Vietnã.

Desestalinização e decadência

Após a morte de Stalin, Nikita Kruschev assumiu o poder na URSS. O governo de Kruschev foi marcado pela desestalinização, que consistiu na exposição dos crimes de Stalin para dar fim do culto a ele.

Durante seu governo, Kruschev também defendeu a coexistência entre o bloco comunista e a nações capitalistas, ao contrário do que era defendido originalmente por Karl Marx. Foi durante a era Kruschev que a União Soviética mandou o primeiro ser humano ao espaço e aumentou a produção de bens de consumo.

No entanto, Kruschev foi deposto por posicionamentos duvidosos, em 1964. Assim, o poder foi transferido para Leonid Brejnev. No início do seu governo, a economia se estabilizou e a indústria cresceu. Contudo, no final dos anos 70, iniciou uma estagnação que se transformou em crise econômica.

Em 1982, com a morte de Brejnev, Iuri Andropov assumiu o cargo de Secretário-Geral e deu início a uma reforma política, mas acabou falecendo dois anos depois. O mesmo aconteceu com Konstantin Chernenko, que governou apenas entre 1984 e 1985.

Nesse período, a agricultura e a produção industrial entraram em crise, muitos trabalhadores perderam empregos e a economia enfraqueceu significantemente. Além disso, a União Soviética invadiu o Afeganistão, gerando gastos com guerra, e aconteceu o acidente nuclear em Chernobyl, o que fez com que o país gastasse para conter o desastre nuclear.

Fim da União Soviética

Por fim, Mikhail Gorbachev assumiu o governo em 1985, defendendo uma série de reformas. Entre elas, estavam a perestroika e a glasnost. A perestroika tinha como objetivo diminuir a presença do Estado na economia, enquanto a glasnost permitia uma abertura política para combater a falta de liberdade.

Contudo, essas reformas não geraram um resultado imediato e a economia piorou. Enquanto isso, movimentos de autodeterminação e independência surgiram em várias repúblicas e territórios soviéticos. Em 1991, também foi feita uma tentativa de golpe de Estado que fracassou. Além disso, a queda do muro de Berlim também enfraqueceu muito o bloco comunista.

Com todos esses episódios que tornaram insustentável a existência da União Soviética, Gorbachev renunciou, em 25 de dezembro de 1991. No dia seguinte, a URSS foi dissolvida, após 69 anos de existência, sendo o acontecimento que marcou também o fim da Guerra Fria.

Países da União Soviética

Ao todo, 15 repúblicas compunham a URSS, sendo a Rússia a nação que mais se destacava nesse bloco. Sendo assim, a União Soviética era formada pelos seguintes países:

  1. Armênia;
  2. Azerbaijão;
  3. Bielorrússia;
  4. Estônia;
  5. Geórgia;
  6. Cazaquistão;
  7. Quirguiz (atual Quirguistão);
  8. Letônia;
  9. Lituânia;
  10. Moldávia;
  11. Rússia;
  12. Tajiquistão;
  13. Turcomenistão;
  14. Ucrânia;
  15. Uzbequistão.

Veja a localização dos países no mapa da União Soviética:

Mapa político da União Soviética.

Símbolo da União Soviética

O símbolo da União Soviética mais conhecido é o martelo e a foice cruzados com uma estrela na ponta. O martelo cruzado com a foice é um símbolo que representa a classe dos trabalhadores industrias e rurais. Já a estrela representava o domínio comunista. Esse símbolo aparece na cor amarelo na bandeira vermelha da URSS.

Leia também: Revolução Russa (1917)

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