Governo Venceslau Brás
Venceslau Brás foi o nono presidente do Brasil, entre 1914 e 1918, com um governo marcado por guerras e pelo crescimento da indústria.
Biografia de Venceslau Brás
Venceslau Brás Pereira Gomes nasceu em 26 de fevereiro de 1868 no interior de Minas Gerais, no município São Caetano da Vargem Grande, hoje chamado de Brasópolis. Ele iniciou seus estudos em um tradicional colégio de São Paulo, formando-se em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1890.
Quando retornou para Minas Gerais, ele atuou como advogado, promotor público e prefeito de Monte Santo de Minas. Venceslau também foi presidente da Câmara Municipal de Jacuí, deputado estadual e secretário do Interior, Justiça e Segurança Pública do estado.
Em seguida, ele foi deputado federal, sendo líder da bancada mineira, e presidente de Minas Gerais até ser eleito vice-presidente para o governo de Hermes da Fonseca. Durante o mandato, aconteceu a reconciliação entre São Paulo e Minas Gerais, restaurando a política do café com leite.
Como resultado da reconciliação, seu nome foi indicado foi indicado como sucessor de Hermes da Fonseca. Assim, Venceslau Brás foi eleito o 9º presidente do Brasil, contra Rui Barbosa, tendo Urbano Santos como vice-presidente.
Após a presidência, ele voltou ao interior de Minas Gerais para se dedicar à Companhia Industrial Sul-Mineira, que compreendia diversas empresas regionais. Venceslau Brás faleceu no dia 16 de maio de 1966, aos 98 anos de idade, sendo o mais longevo dos presidentes do Brasil.
Características do Governo Venceslau Brás
Quando Venceslau Brás assumiu a presidência, ainda estava em andamento a Guerra Santa do Contestado, iniciada no governo de Hermes da Fonseca. O conflito aconteceu nos estados do Paraná e Santa Catarina e foi uma revolta popular de caráter religioso. Após vários confrontos ao longo de quase cinco anos de guerra, os sertanejos revoltosos foram vencidos pelo exército.
Outro conflito que estava em andamento durante o mandato de Venceslau Brás era a Primeira Guerra Mundial. Durante a maior parte do conflito, o Brasil se manteve neutro. No entanto, o navio Paraná foi atingido por torpedos alemães, o que levou à declaração de guerra contra a Alemanha.
A Primeira Guerra afetou a exportação de café. Contudo, o café não vendido deveria ser comprado pelo governo, conforme o Convênio de Taubaté assinado por Rodrigues Alves determinava. Sendo assim, foram queimadas três milhões de sacas de café para evitar a queda nos preços e o prejuízo dos produtores de café.
Também por causa da guerra, as indústrias europeias deixaram de produzir itens em larga escala, o que motivou o crescimento da indústria nacional. Dessa forma, o setor industrial brasileiro cresceu de modo que as oligarquias agrárias, especialmente os produtores de café, não puderam controlar.
Com o crescimento da indústria, o número de operários aumentou, mas as condições de trabalho não melhoravam. Nessa época, homens, mulheres e até crianças enfrentavam turnos de até 16 horas sem salário mínimo ou indenização por acidentes. Por causa disso, começaram a surgir as primeiras organizações trabalhistas e greves.
A maior das greves da história do Brasil foi feita nesse período, em 1917. A greve se iniciou em uma fábrica de tecidos em São Paulo e ganhou adesão rapidamente, paralisando aproximadamente 40 mil operários. Por fim, o movimento foi reprimido violentamente pelo governo para atender os interesses das elites.
Fim do Governo Venceslau Brás
O governo de Venceslau Brás chegou ao fim na data previsa para o encerramento do mandato, em 15 de novembro de 1918. Durante as eleições, ele apoiou a candidatura do ex-presidente Rodrigues Alves. Mesmo vencendo as eleições, Rodrigues Alves não assumiu o cargo por problemas de saúde. Assim, o sucessor de Venceslau Brás foi o vice-presidente eleito Delfim Moreira.
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