Governo Rodrigues Alves
Rodrigues Alves foi presidente do Brasil de 1902 a 1906, com um governo marcado pela política de reforma urbana e pelo Convênio de Taubaté.
Biografia de Rodrigues Alves
Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu em Guaratinguetá, município de São Paulo, no dia 7 de julho de 1848. Ele era filho de Isabel Perpétua de Marins e de Domingos Rodrigues Alves, dono de uma lavoura de café.
Durante a infância, ele estudou no tradicional Colégio Pedro II, sendo colega de classe de Joaquim Nabuco, um grande diplomata brasileiro. Em 1870, Rodrigues Alves se formou em Direito na Faculdade de Direito de São Paulo.
Alguns anos mais tarde, ele se casou com Ana Guilhermina de Oliveira Borges, filha do Visconde de Guaratinguetá. Em partes, a carreira política de Rodrigues Alves começou pela influência de seu sogro. Além disso, ele pertenceu à Burschenschaft, uma sociedade secreta com forte influência na política.
Rodrigues Alves foi juiz de paz, promotor e vereador de Guaratinguetá e deputado provincial de São Paulo, além de deputado geral. Ele também foi presidente da província de São Paulo e conselheiro do império de Dom Pedro II. Além disso, ele foi um empresário do café, sendo dono da terceira maior fortuna do país.
Após a Proclamação da República, Rodrigues Alves se filiou ao Partido Republicano Paulista. Ele atuou na Assembleia Constituinte, ministro da Fazenda nos governos de Floriano Peixoto e de Prudente de Morais, senador e presidente do estado de São Paulo.
Com o apoio das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, ele ganhou as eleições de 1902 contra Quintino Bocaiúva. Assim, Rodrigues Alves se tornou o 5º presidente do Brasil, assumindo o cargo no dia 15 de novembro de 1902.
Após deixar o cargo, ele foi eleito novamente como presidente do estado de São Paulo e como presidente do Brasil, em 1918. No entanto, Rodrigues Alves contraiu gripe espanhola e não assumiu o cargo, falecendo em 16 de janeiro de 1919, aos 70 anos de idade.
Características do Governo Rodrigues Alves
Com o apoio de seu antecessor, Campos Sales, o Governo Rodrigues Alves foi beneficiado pela estabilidade econômica, pelos empréstimos estrangeiros e pela alta na exportação da borracha. Esses fatores possibilitaram que Rodrigues Alves iniciasse um processo de modernização nas cidades, principalmente no Rio de Janeiro, capital do país na época.
Assim, o governo de Rodrigues Alves foi marcado por obras públicas para melhorar a cidade, com inspiração em Paris. Algumas dessas obras foram a reforma no porto e o alargamento de ruas. No entanto, essas obras desabrigaram muitas pessoas pobres do centro da cidade, que migrou para os morros, iniciando as primeiras favelas.
Além da reforma urbana, também foram realizadas ações para controle de doenças sob o comando do médico Oswaldo Cruz. Uma dessas ações foi a lei da vacinação obrigatória contra varíola, em 1904. A população não aceitou a imposição da vacinação, que poderia ser aplicada à força, e se manifestou contra a lei no que ficou conhecido como Revolta da Vacina.
Outra questão do Governo Rodrigues Alves foi a anexação do estado do Acre. Na época, o Acre era uma província da Bolívia, mas a maior parte da população eram brasileiros que migraram para a região pelo aumento da produção da borracha. Assim, o Brasil passou a reivindicar o território.
A situação foi resolvida em 1903, quando o Brasil pagou 2 milhões de libras esterlinas pelo Acre e se comprometeu a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, uma ferrovia para ligar a Bolívia ao Oceano Atlântico.
Convênio de Taubaté
Além dessas medidas, durante o governo de Rodrigues Alves foi também inaugurada a “política de valorização do café”, criada por produtores de café de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro do Convênio de Taubaté. O objetivo dessa medida era conter a redução de preço do café no comércio anterior.
A política determinava que o governo iria comprar e estocar o café que não fosse vendido para evitar o prejuízo dos produtores. Dessa forma, o café comprado pelo governo seria vendido depois em um momento em que o café estivesse valorizado.
Mesmo que Rodrigues Alves tenha discordado da medida por ser ruim para o país, a política de valorização de café do Convênio de Taubaté foi colocada em prática.
Fim do Governo Rodrigues Alves
Com o fim do seu mandato, em 15 de novembro de 1906, Rodrigues Alves deixou a presidência sendo conhecido como “o grande presidente”. Em seguida, Afonso Pena, vice-presidente de Rodrigues Alves, assumiu o cargo.
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